Manaus, 26 de abril de 2024
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Manaus, 26 de abril de 2024

Economia

No Amazonas, mais de 13 mil microempresas foram criadas durante a pandemia

Segundo informações da Jucea, do mês de pico da pandemia até o mês de julho, mais de 1700 microempresas faliram e mais de 13 mil foram criadas

No Amazonas, mais de 13 mil microempresas foram criadas durante a pandemia

Foto: Márcio Silva / Portal AM1

Durante os meses de disseminação e pico da pandemia do novo coronavírus no Amazonas, mais de 13 mil microempresários abriram negócios e se reinventaram em meio à crise na saúde e na economia.

Leia mais em: Como microempresários conseguiram driblar a crise com auxílios via Afeam

Segundo registro da Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), somente em abril, quando as medidas de segurança pública já estavam em vigor, pelo menos 1.995 microempresas foram abertas. A abertura de microempresas no estado são formalizadas e devidamente estabelecidas com apoio do governo federal, por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A Jucea registra que no Amazonas, cerca 13.262 microempresas foram criadas por intermédio do Sebrae, entre os meses abril a julho. Os microempreendedores tiveram, durante a pandemia da covid-19, uma linha de crédito especialmente criada para atender aos pequenos negócios no Brasil que enfrentam dificuldade: o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Em julho, R$ 3,7 bilhões foram liberados pelo Pronampe, alcançando mais de 60 mil empresas. Já na Caixa Econômica Federal, já foram contratadas, por meio do programa, mais de 18,3 mil operações de crédito desde maio e cerca de R$ 1,3 bilhão foram liberados para as empresas.

Empreendedorismo na pandemia

O Portal AM1  visitou a casa de uma dessas microempreendedoras que abriram negócios em plena pandemia. A ‘Empanados & Cia’ foi uma das mais de dez mil microempresas criadas durante esse período.

Para a acadêmica de contabilidade Claudia Regina, 36 anos, a Empanados & Cia surgiu a partir de R$ 100, um vídeo de receitas simples no Youtube e o puro desespero de, junto ao marido, estarem desempregados em plena pandemia. O combustível para o empreendedorismo veio pela necessidade de sustentar um lar com duas crianças.

“Na época, a gente tava com projeto de abrir uma hamburgueria, a gente pesquisou, estudou, mas faltou recursos, aí eu comecei a fazer as coxinhas, pra [sic] gente mesmo, peguei uma receita no Youtube, ele gostou, minha filha gostou, todo mundo gostou. Aí, eu publiquei uma foto no Instagram e todo mundo gostou e nos procurou,” disse a empreendedora.

Apesar de começar com o apoio da família e amigos, o casal enfrentou dificuldades no início do projeto, faltou recursos e confiança. “Falava: cara, mas isso é coxinha, o pessoal vai querer comprar? Tava [sic] muito triste com falta de grana também. Nós tínhamos só 100 reais, para as despesas de casa mesmo, então compramos um pacotinho de cada, gastamos 50 reais”.

Hoje, ainda trabalhando apenas em delivery, a empresa possui renda diária de, pelo menos, R$ 200. O negócio vem crescendo e ganhando público gradativamente. Com o marido e, agora, também como funcionário, Claudia é social media e Chefe de Cozinha do próprio negócio.

“Nós temos várias ideias, já pediram camarão empanado, barca de frios. Produzimos e oferecemos uma coxinha sem massa, temos muito retorno nessa opção”, disse a empreendedora.

Foto: Márcio Silva / Portal AM1

A Empanados & Cia, assim como várias empresas que surgiram durante a pandemia, abriu cadastro no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ainda segundo a Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), além da abertura de 13.262 de abril a agosto, o órgão também registrou a falência de 1.774 empresas no mesmo período.