Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Política

‘Nós fizemos a nossa parte’, diz Bolsonaro sobre crise de oxigênio em Manaus

O Ministério da Saúde foi informado que a produção de oxigênio em Manaus não daria conta de suprir a demanda seis dias antes da crise eclodir.

‘Nós fizemos a nossa parte’, diz Bolsonaro sobre crise de oxigênio em Manaus

(Foto: Reprodução)

RIO DE JANEIRO, JN – Em entrevista ao Jornal Nacional, desta segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (PL), sustentou que o Governo Federal “fez tudo o que podia” para conter a crise de oxigênio em Manaus, ocasionada pela pandemia, em janeiro de 2021.

Bolsonaro foi o primeiro candidato à Presidência da República a participar da sabatina do Jornal Nacional, nas eleições deste ano, com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.

“Em menos de 48 horas já estavam chegando cilindros [de oxigênio em Manaus]. Lá foi uma coisa atípica, anormal, que aconteceu de uma hora para outra”, afirmou Bolsonaro, que caracterizou o colapso do oxigênio em Manaus ocorrido em janeiro de 2021, quando se deu a segunda onda da Covid no Amazonas.

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“Fizemos a nossa parte em Manaus. Não faltou da nossa parte recursos biolionários para prefeitos e governadores enfrentarem a Covid”, repetiu o candidato à reeleição da Presidência do País, que disse ter enviado recursos em 48 horas após tomar ciência do problema.

No entanto, a falta de oxigênio que explodiu nos dias 14 e 15 de janeiro de 2021, seguiu por vários dias em Manaus, chegando a ultrapassar uma semana. Sem leitos e sem oxigênio nos hospitais, o maior colapso sanitário registrado no Amazonas, resultou em ao menos 2.832 mortes a mais por Covid-19, sendo que 2.195 delas foram na capital.

Segundo o ofício enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde foi informado que a produção de oxigênio em Manaus não daria conta de suprir a demanda dos hospitais em 8 de janeiro de 2021, ou seja, seis dias antes da crise eclodir no Estado, e nada foi feito para que o problema fosse sanado a tempo.

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Antes do barulho em torno do problema, aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) foram utilizados para transportar os cilindros de oxigênio em gás para Manaus. E isso ocorreu no dia 8, porém, a quantidade transportada era muito inferior à demanda diária, acarretando na explosão. 

Desde o início da pandemia, o Amazonas contabiliza mais de 600 mil casos da doença e 14.263 mortes.

Renata perguntou se o presidente se arrependia de ter imitado de forma jocosa pacientes passando mal com falta de ar e Bolsonaro, embora tenha demorado a responder, disse que lamentava.

“Lamento as mortes, não tem quem não perdeu um parente, um amigo. Agora não poderia ser tratada a Covid da forma como começou a ser tratada”, disse.

O presidente voltou a defender o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus no período crítico da pandemia em Manaus.