Manaus, 23 de abril de 2024
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Eleições 2020

Nova composição da Câmara de Manaus manterá base evangélica em 2021

A Câmara Municipal de Manaus terá, na legislatura do próximo ano, pelo menos 21 vereadores abertamente religiosos. Desse total, 11 deles poderão formar a bancada evangélica

Nova composição da Câmara de Manaus manterá base evangélica em 2021

Foto: Reprodução/TSE

A Câmara Municipal de Manaus terá, na legislatura do próximo ano, pelo menos 21 vereadores abertamente religiosos. Desse total, 11 deles poderão formar a nova bancada evangélica, conforme apurado pela reportagem do Portal AM1, nesta semana.

Os vereadores evangélicos, que se dividem entre as igrejas Assembleia de Deus, Restauração, Universal, Adventista, entre outras são: João Carlos (Republicanos); Márcio Tavares (Republicanos); Joelson Silva (Patriota); Rosinaldo Bual (PMN); Eduardo Alfaia (PMN); Raiff Matos (DC); Yomara Lins (PRTB); Mitoso (PTB); Elan Alencar (PROS); Marcel Alexandre (Podemos) e Prof. Samuel (PL).

Nesta legislatura que vem chegando ao fim, os vereadores que formavam a bancada evangélica foram: pastor e vereador Amauri Colares (Republicanos), Chico Preto (DC) e Roberto Sabino (Podemos).

Além deles, Wallace Oliveira (Pros), que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e dos Valores Cristãos. Fazem parte dessa Frente Parlamentar os vereadores Gilmar Nascimento (DEM), Marcel Alexandre (Podemos), Cláudio Proença (PMN), Prof. Samuel, Fred Mota (Republicanos) e André Luiz (PL).

Eleito com 4.621 votos, Raiff Matos, por exemplo, possui como bandeiras os princípios cristãos e a defesa da família tradicional.

Católicos

Os outros vereadores religiosos são católicos, como é o caso de Rosivaldo Cordovil (PSDB), Marcelo Serafim (PSB), Daniel Vasconcelos (PSC), Sassá da Construção Civil (PT) e Ivo Neto (Patriota).

Há, ainda, aqueles que são religiosos, mas não declaram de forma aberta qual a religião exata, sendo discretos. São eles: Jaildo Oliveira (PCdoB), Fransuá (PV), Wallace Oliveira, Bessa (Solidariedade) e Cap. Carpê Andrade (Patriota).

Por fim, conforme a análise feita pela reportagem, não há outros tipos de religiões declaradas e demonstradas pelos vereadores eleitos que não sejam a evangélica e a católica.

Voto e apoio

Pouco antes do período de campanha, o Portal AM1 mostrou um panorama referente à questão do voto evangélico na capital amazonense. De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, Manaus tinha 640.785 mil pessoas consideradas evangélicas.

No entanto, um estudo de 2017, realizado pelo demógrafo José Eustáquio Alves, apontou que Manaus contabiliza 741,8 mil evangélicos.

Leia mais: Em Manaus, evangélicos representam 55,7% dos eleitores aptos a votar em 2020

Os religiosos evangélicos representam 55,7% dos mais de 1,3 milhão de eleitores aptos a votar no pleito deste ano. Foi nesse fato que se apoiaram alguns dos vereadores eleitos e também vem se escorando o candidato a prefeito de Manaus, David Almeida, que é adventista.

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Até o momento, o candidato já recebeu apoio das igrejas Assembleia de Deus, Igreja Deus Pentecostal do Brasil, Ministério Internacional da Restauração e a mais recente, Quadrangular do Amazonas.

Representatividade

O Estado é laico e a CMM deve conter parlamentares que representem todos os manauaras, conforme explicado pelo advogado e cientista político, Carlos Santiago.

“A Câmara Municipal de Manaus tem de representar todos os manauaras. Católicos, evangélicos, budistas, macumbeiros, agnósticos, indígenas, negros, brancos, gays, homens e mulheres, jovens e idosos. A eleição acabou, as estratégias das eleições foram oportunas, mas a partir da posse dos eleitos, os vereadores e vereadoras terão a missão constitucional de legislar pra todos”, disse.

Para ele, muitos dos parlamentares não conseguiram se reeleger devido a essa incompreensão, de não entenderem que devem atender a todos os manauaras e não apenas os cristãos e religiosos.

“Muitos parlamentares evangélicos não foram reeleitos, pois não entenderam que cabe ao Legislativo defender os interesses coletivos, independentemente de religião e de partido político, além da fiscalização do Poder Executivo Municipal. Isso não aconteceu. Agora, o eleitorado de Manaus deu uma oportunidade para que os novos eleitos representem os interesses de todos. Quem tiver atuação semelhante a  da atual legislatura, pode não se reeleger. Quem tiver uma atuação ligada somente ao mundo evangélico pode não conseguir êxito em 2024”, finalizou.