Manaus, 7 de maio de 2024
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Entretenimento

Novela da Globo gera protestos na cidade de Mesquita e moradores entram na Justiça

Novela da Globo gera protestos na cidade de Mesquita e moradores entram na Justiça

Seis representantes do local foram à Promotoria de Tutela Coletiva do Ministério Público do Rio pedir indenização e retratação da emissora. (Foto: Reprodução/ Internet)

Moradores do município de Mesquita, no Rio de Janeiro, estão em pé de guerra com a TV Globo. O motivo é a novela Rock Story. O enredo gira em torno de Gui Santiago (Vladimir Brichta), um músico que fez sucesso nos anos 90, mas caiu no esquecimento.

Embora seja uma obra de ficção, os mesquitenses estão na bronca com as falas e o tratamento que Dona Néia (Ana Beatriz Nogueira), que teve passado de pobreza na cidade da Baixada Fluminense, dá a personagem Stefany (Giovana Cordeiro), nascida lá, e namorada de Léo Régis (Rafael Vitti), filho que a deixou milionária pela música. A mãe do artista usa termos considerados preconceituosos em relação aos moradores, classificados por ela como “aquele povinho da Baixada”.

Seis representantes do local foram à Promotoria de Tutela Coletiva do Ministério Público do Rio pedir indenização e retratação da emissora. Além disso, vereadores preparam uma carta de repúdio à Globo, na qual exigem “retratação perante ao povo”, endossada por instituições de proteção feminina, como a Coordenadoria Municipal de Políticas para Mulheres e Centro Especializado de Atendimento à Mulher.

Em entrevista ao jornal O Dia, Alan Mendes, 29 anos, morador e autor da ação no MP, enaltece que há “injúria racial” não só contra Mesquita, mas contra toda a região da Baixada Fluminense.

“Fui à Justiça a pedido de amigos, principalmente mulheres, que se sentem ofendidas com os ataques gratuitos e desnecessários. Ninguém merece menções pejorativas como “povinho baixo, sem cultura e sem educação””.

Ao jornal, Mendes lembra que no capítulo de quinta-feira, Manu, personagem de Antônia Morais, diz que Stefany “tem cara e jeito de garota de programa”. Em outros capítulos, a moradora de Mesquita é chamada de “corrimão, aquela que todo mundo põe a mão”, e “virose, que todo mundo pega”.

“No meu entender, isso é uma afronta indireta às mesquitenses”.

À publicação, Adriana Cosme, 34, relatou que sente vergonha ao dizer onde mora.

“Infelizmente, quando dizemos ser de Mesquita em outras cidades, em hotéis, por exemplo, há sempre uma piadinha lembrando como o município é difamado na novela. Me sinto envergonhada”.

Assim como os outros entrevistados, Roberto Rodrigues, 63, está furioso ao ver a trama denegrir seu trabalho — ele vende capas de celulares para sustentar dois filhos.

“Sustento minha família dignamente vendendo cases de celular há 20 anos no Calçadão de Mesquita. Esses dias, Dona Néia menosprezou a atividade, taxando vendedor de capinha de celular da cidade como um pobre coitado”.

O vereador Marcelo Biriba (PRB), adiantou que o assunto já foi debatido com os parlamentares.

“Rock Story está desmoralizando a cidade, passando péssima imagem nossa para o país. Exigimos respeito e pedido de desculpas”.

Fonte: R7