Manaus, 15 de fevereiro de 2025
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Manaus, 15 de fevereiro de 2025

Opinião

José Melo

O peso das dívidas nas economias do mundo

Lei o artigo do professor José Melo.

O peso das dívidas nas economias do mundo

Foto: Divulgação/Freepik

Manaus (AM) – É curioso pensar que talvez seja mais fácil “um camelo passar pelo buraco de uma agulha” do que encontrar uma pessoa ou um país sem dívidas. Apesar de todo o destaque dado às maiores economias globais — suas inovações, desenvolvimento e qualidade de vida — pouco se fala sobre as dívidas que essas nações carregam.

Os Países com Menor Endividamento

É curioso pensar que talvez seja mais fácil “um camelo passar pelo buraco de uma agulha” do
que encontrar uma pessoa ou um país sem dívidas. Apesar de todo o destaque dado às maiores
economias globais — suas inovações, desenvolvimento e qualidade de vida — pouco se fala
sobre as dívidas que essas nações carregam.

Os Países Mais Endividados

Os Estados Unidos, maior economia mundial, possuem uma dívida pública que ultrapassa 34 trilhões de dólares, dividindo o topo do ranking de endividamento externo com países como Reino Unido, França e Alemanha. A China, segunda maior economia e exemplo de crescimento acelerado nos últimos 10 anos, acumula um estoque de dívida superior a 1 trilhão e 900 bilhões de dólares. O Japão, por sua vez, lidera em proporção da dívida ao PIB, com impressionantes 260%, seguido pela Grécia (205%) e Sudão (200%).

A Situação do Brasil

No grupo de países emergentes, o Brasil ocupa a sexta posição entre os mais endividados, segundo o FMI. A dívida externa brasileira já atingiu R$ 228 bilhões, sendo R$ 145 bilhões devidos apenas aos Estados Unidos, o que nos torna o país mais endividado da América Latina.

Esse cenário prejudica investimentos, já que boa parte dos recursos é direcionada ao pagamento de juros, agravados pelo dólar em alta.

Endividamento dos Estados Brasileiros

Os estados mais endividados no Brasil coincidem com os mais desenvolvidos economicamente:
• São Paulo: mais de R$ 280 bilhões;
• Rio de Janeiro: mais de R$ 160 bilhões;
• Minas Gerais: mais de R$ 147 bilhões;
• Rio Grande do Sul: mais de R$ 95 bilhões.

Esses quatro estados são responsáveis por 89% da dívida total dos estados com a União.

Por outro lado, os estados menos endividados estão nas regiões Norte e Nordeste. No Nordeste, Sergipe e Alagoas têm dívidas mais elevadas em comparação aos demais, enquanto no Norte, Rondônia lidera o endividamento. Por outro lado, Acre e Amazonas se destacam pelo equilíbrio fiscal, com o Amazonas ocupando a terceira menor dívida do país.

Fatores que Agravam a Dívida no Brasil

O aumento da dívida brasileira está relacionado a diversos fatores:
• Ausência de superávit primário;
• Elevação dos juros e valorização do dólar;
• Emissões de títulos públicos para cobrir déficits orçamentários;
• Crescentes gastos sociais e impactos de desastres naturais.
Segundo o FMI, em 2024 a dívida pública brasileira representava 86,7% do PIB, com projeções
para 89,3% em 2025 e 93,9% em 2026.
Reflexões e Perspectivas
Apesar de ser um dos países com maior carga tributária, arrecadando valores recordes em 2024,
o Brasil ainda depende da emissão de títulos para equilibrar as contas. Isso reflete decisões de
gestão muitas vezes equivocadas ou irresponsáveis, que sobrecarregam os contribuintes e
comprometem o futuro das próximas gerações.
Para evitar que essa situação se agrave, o Brasil precisa adotar uma política de gastos mais
responsável e eficiente, priorizando investimentos que tragam retornos sustentáveis e reduzam
o peso da dívida pública. Afinal, o preço de uma má gestão fiscal não é apenas financeiro, mas
também social, penalizando toda a população.Na outra ponta, países como Estônia, Bulgária, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia e Lituânia
apresentam os menores índices de endividamento em relação ao PIB, refletindo maior controle
fiscal.

Reflexões e Perspectivas

Apesar de ser um dos países com maior carga tributária, arrecadando valores recordes em 2024, o Brasil ainda depende da emissão de títulos para equilibrar as contas. Isso reflete decisões de gestão muitas vezes equivocadas ou irresponsáveis, que sobrecarregam os contribuintes e comprometem o futuro das próximas gerações.
Para evitar que essa situação se agrave, o Brasil precisa adotar uma política de gastos mais responsável e eficiente, priorizando investimentos que tragam retornos sustentáveis e reduzam o peso da dívida pública. Afinal, o preço de uma má gestão fiscal não é apenas financeiro, mas também social, penalizando toda a população.

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