Manaus, 29 de março de 2024
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Cidades

OAB/AM quer cumprimento de pena efetivo para Sotero

Advogada que cuida do caso considera injusto o pagamento de salários a Sotero e incoerente o uso de advogados do estado em sua defesa

OAB/AM quer cumprimento de pena efetivo para Sotero

Foto: Márcio Silva / Portal Amazonas1

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas (OAB/AM) se pronunciou, nessa sexta-feira (3) sobre o “Caso Sotero”, delegado que matou um advogado há aproximadamente quatro anos e na última quinta-feira, 2, recebeu da Justiça progressão de regime fechado para semiaberto em prisão domiciliar.

A decisão da Justiça causou polêmica entre órgãos jurídicos da capital amazonense e em entrevista coletiva a presidente em exercício da OAB/AM, Dra. Grace Anny Benayon, diz que a decisão de progressão foi recebida com muita tristeza e indignação e pediu sensibilização da sociedade e os órgãos competentes quanto ao crime cometido por Sotero.

“Nós recebemos com muita indignação essa progressão de regime e portanto nós não temos legitimidade nesse momento, nesta fase processual, que é a fase da execução. Hoje nós estamos aqui objetivando sensibilizar as autoridades que atuam no processo, que possam reverter essa questão, na medida em que a gente está tratando de algo absolutamente injusto, onde temos elementos reais que, com certeza não estavam nos autos”, afirma Benayon.

Já para a advogada que atua no caso, Dra. Catharina Estrella, a decisão é totalmente injusta. Na ocasião a mesma apresentou vários elementos, como planilha que demonstra o salário recebido pelo delegado, fotos do acusado passeando no pátio da Delegacia Geral do Estado Amazonas, entre outras ilegalidades que impediriam a progressão de Sotero.

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“Esse tipo de conduta precisa ser repreendida. Um réu dessa natureza precisa ter um cumprimento de pena efetivo, pois se não que tipo de sociedade nós iremos formar?” finaliza a advogada.

O crime

O crime aconteceu em novembro de 2017 dentro de uma casa noturna na zona Oeste de Manaus. O advogado Wilson de Lima Justo Filho morreu ao ser baleado por tiros efetuados pelo delegado e outras três pessoas ficaram feridas. No dia do crime, Sotero foi preso em flagrante pelos crimes de homicídio doloso e lesão corporal. O advogado estava na casa noturna com a esposa, que também foi baleada.

No julgamento, que ocorreu em novembro de 2019 e durou três dias, a Justiça decidiu que o delegado Gustavo de Castro Sotero seria condenado a 30 anos em regime fechado, respondendo pelos seguintes crimes: Homicídio qualificado privilegiado do advogado Wilson; Homicídio privilegiado tentado; Lesão corporal de duas pessoas, incluindo a esposa do advogado.

(*) Com informações da Assessoria

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