Manaus, 12 de maio de 2024
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Manaus, 12 de maio de 2024

Política

Pelo segundo dia consecutivo, Assembleia suspende sessão virtual

A exemplo de terça, a sessão de hoje também foi marcada por discussão entre Alessandra Campelo e Josué Neto

Pelo segundo dia consecutivo, Assembleia suspende sessão virtual

Pelo segundo dia consecutivo a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) encerrou a sessão virtual, nesta quarta-feira, 13, sem a definição da Comissão Especial que irá analisar o pedido de impeachment do governador Wilson Lima (PSC) e do vice-governador Carlos Almeida (PTB).

A exemplo de terça, 12, a sessão de hoje também foi marcada por tumulto entre a deputada Alessandra Campêlo (MDB), que é da base governista e o presidente da Casa Legislativa, Josué Neto (PRTB). 

“Na data de ontem tivemos embates talvez nunca vistos na Assembleia e as pessoas ficaram com vergonha de assistir diante de tanta baixaria e atropelo uns com os outros. Também não conseguir ser ouvido e a melhor opção foi suspender o segundo expediente dentro da lei para que hoje pudéssemos voltar ao nosso trabalho”, respondeu Josué Neto ao ser questionado pela deputada referente ao motivo do encerramento “brusco” no dia anterior. 

Campêlo também indagou sobre a votação de um requerimento apresentado pelo deputado Saullo Viana (PTB) que impede a condução de Josué Neto no pedido de afastamentos de Lima e seu vice, por estar na linha de sucessão do Executivo. 

“A respeito dos requerimentos solicitamos uma consulta com parecer oficial da Procuradoria para formular uma resposta opinativa a respeito das respostas dos questionamentos. Por isso não vamos tratar sobre o assunto sobreposto nesse momento dentro da nossa Procuradoria para análise”, justificou o presidente da Aleam. 

A explicação não foi aceita pela parlamentar, que rebateu dizendo que a questão de ordem deveria ser apreciada pelo Plenário da Casa. “O senhor solicitou um parecer técnico que favorecesse a sua opinião, conforme eu já fui informada. Então, eu gostaria que vossa excelência colocasse ao plenário e não se baseasse em um parecer de ‘alfaiate’. Novamente o senhor não quer ouvir e é muito complicado trabalhar com uma presidência que não respeita os colegas e o regimento”, declarou. 

Ainda durante o embate político, Alessandra denunciou que o presidente teria contratado um grupo para atacá-la nas redes sociais.

“Então, presidente, deixa eu lhe dizer: eu não estou preocupada com as pessoas contratadas para irem falar mal de mim nas redes sociais. Quando eu combatia o ex-governador José Melo, vossa excelência e alguns colegas também tinham uma claque paga para vir me ofender das coisas mais baixas possíveis. Isso não me calou”, disparou.

Mais tumulto

Outro tumulto envolvendo Josué Neto que continuou, nesta sessão, foi com a deputada Joana Darc, líder do governo. Em seu pronunciamento, a parlamentar reforçou a análise do requerimento feito pelo deputado Saullo Viana e a votação do Plenário. 

Para a líder do governo de Wilson Lima, o encerramento da sessão ordinária de terça-feira, 12, foi considerada “arbitrário”, principalmente porque, de acordo com ela, a Casa Legislativa já protagonizou debates presenciais mais polêmicos.

“Gostaria de solicitar um posicionamento do presidente Josué Neto para que a condução do trabalho seja de forma transparente, porque hoje desde cedo estávamos questionando o horário que iria começar a sessão.  Acontece da forma que ele quer que aconteça e temos que esperar a boa vontade do presidente”, alfinetou Joana Darc.

Ela também reclamou que a pauta do dia foi divulgada horas antes da votação, o que segundo a parlamentar, prejudica o trabalho dos deputados que votam de forma técnica após análise com suas equipes e assessorias. “Solicito um recurso ao plenário para que a pauta seja disponibilizada 24 horas antes conforme prevê o regime interno”. 

Antiregimentais

O presidente Josué Neto informou por meio de nota, que a Assembleia Legislativa vem realizando suas reuniões plenárias de forma virtual, em acordo com as restrições impostas pelos órgãos de controle sanitário, tendo em vista a Pandemia da Covid 19 . 

No comunicado, ele alegou que pelo segundo dia consecutivo foi necessário suspender a sessão ordinária e destacou “que as manifestações antiregimentais não deram outra alternativa”.

“Diante dessa situação, determinei ao setor de informática, que busque uma solução para que as sessões sejam realizadas dentro da legalidade e atenção ao Regimento Interno com segurança e a organização que precisamos”, disse na nota.