Manaus, 15 de maio de 2025
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Manaus, 15 de maio de 2025

Cidades

PF destrói 21 dragas de garimpo ilegal no Vale do Javari em operação integrada

A ação, batizada de "Operação Nidaid Isquim", ocorreu entre os dias 25 de abril e 1º de maio.

PF destrói 21 dragas de garimpo ilegal no Vale do Javari em operação integrada

(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Manaus (AM) – Uma operação conjunta da Polícia Federal, Ibama e Funai resultou na destruição de 21 dragas utilizadas em garimpo ilegal no Vale do Javari, no interior do Amazonas. A ação, batizada de Operação Nidaid Isquim, ocorreu entre os dias 25 de abril e 1º de maio, com o objetivo de proteger territórios indígenas e coibir a degradação ambiental provocada pela atividade clandestina. Ninguém foi preso.

Imagens de satélite captadas pela PF revelaram a presença de diversas embarcações ilegais no rio Jandiatuba, uma das principais rotas utilizadas pelos garimpeiros. A partir disso, equipes se deslocaram até a região e promoveram o desmonte das estruturas flutuantes, que estavam se aproximando perigosamente de áreas habitadas por povos indígenas isolados.

Além da destruição das dragas, a operação incluiu ações de inteligência voltadas à identificação dos líderes e financiadores do garimpo, com foco em desarticular redes criminosas ligadas à exploração ilegal de minérios na região.

“O foco é proteger os indígenas que habitam a região há milhares de anos e também preservar a saúde dos ribeirinhos, que eventualmente frequentam a área”, afirmou o superintendente da PF no Amazonas, João Paulo Garrido.

Segundo o agente ambiental do Ibama, Augusto Brasil, a presença do garimpo ilegal é uma das principais ameaças ao equilíbrio ecológico do bioma amazônico. “O uso de mercúrio contamina os rios, os peixes e o solo, afetando diretamente a vida das comunidades que dependem da natureza para sobreviver”, destacou.

O Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do Brasil, com cerca de 8,5 milhões de hectares. A região abriga a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo, com nove grupos confirmados e outros cinco em processo de estudo. Ao todo, vivem ali aproximadamente 7 mil indígenas das etnias Matis, Matsés, Mayoruna, Marubo, Kanamary, Kulina Pano, Korubo e Tshom Dyapa.

A Polícia Federal alerta que a continuidade das atividades garimpeiras ilegais representa uma ameaça direta à saúde, à cultura e ao modo de vida desses povos, especialmente devido à contaminação por mercúrio e à invasão de territórios protegidos.

Vídeos divulgados pela corporação mostram o momento da destruição das embarcações, em mais um esforço para frear o avanço do garimpo sobre uma das áreas mais sensíveis e protegidas da Amazônia.

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A Polícia Federal, em ação conjunta com ICMBio e Força Nacional, desativou, no mês passado, estruturas de garimpo ilegal no Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM, RO e MT).

Foram destruídas escavadeiras, caminhões, motores e barracões usados pelos criminosos. Também foram apreendidos 8 mil litros de diesel e uma antena de satélite. A operação busca identificar os responsáveis e proteger o ecossistema local. As investigações seguem em andamento.

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