Manaus, 28 de abril de 2024
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Cidades

PMs são indiciados pela morte de 9 jovens em baile funk

O caso aconteceu em dezembro de 2019 após uma operação policial em Paraisópolis, São Paulo, durante realização do Baile Funk da DZ7

PMs são indiciados pela morte de 9 jovens em baile funk

Foto: Agência Brasil

SÃO PAULO, SP – A Polícia Civil conclui o inquérito sobre ação policial que terminou com a morte de nove jovens durante um baile funk, conhecido como Baile da DZ7, em Paraisópolis (zona sul de São Paulo), e indiciou por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, nove dos 31 policiais militares envolvidos na operação ocorrida em dezembro de 2019. O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que tem 15 dias para se posicionar e oferecer denúncia.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que todas as circunstâncias relativas aos fatos foram investigadas por meio de inquéritos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Militar. Procurada, a Ouvidoria da Polícia Militar não respondeu à reportagem.

Segundo a nota da SSP, ambas as investigações foram encaminhadas à Justiça e nove policiais foram indiciados por homicídio culposo.

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Também em nota, o Ministério Público do Estado de São Paulo disse que o caso foi encaminhado à Promotoria de Justiça, que irá analisá-lo. Os promotores têm 15 dias contados a partir desta quarta-feira (30), para oferecimento da denúncia.

O estudante de geografia Danylo Amilcar, 20, irmão de Denis Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, um dos jovens mortos em Paraisópolis, criticou a decisão. “Houve dolo sim”, disse.

Segundo Amilcar, o mais importante é que o MP reconheça o homicídio como doloso. “Estamos impaciente com a demora do Estado para dar respostas, mas seguimos juntos para lutar contra a impunidade”, enfatizou.

O presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, diz que é como se os jovens fossem encurralados pisoteados e mortos novamente. “Acreditamos que existem no processo uma série de evidências que mostram que os PMs assumiram o risco de provocar morte”, ressaltou.

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Também em nota o advogado de defesa de 20, dos 31 dos policiais militares, envolvidos na ocorrência, Fernando Fabiani Capano, disse que após a conclusão do inquérito, por meio do relatório produzido pelo delegado responsável, a defesa “irá aguardar o juízo de valor que fará o Ministério Público acerca das investigações”.

A defesa afirma esperar que a Promotoria conclua “pela completa ausência de nexo de causalidade entre a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência e as mortes dos jovens na tragédia do Paraisópolis”.

A nota segue dizendo que “tais lamentáveis perdas aconteceram em razão direta de correria ocasionada pela invasão de motocicleta, com dois indivíduos, que entraram atirando no fluxo do baile”.

“Acaso a Promotoria entenda de maneira diversa, a defesa trabalhará até o fim, utilizando-se dos expedientes legais, para absolver os policiais e responsabilizar os verdadeiros culpados pelo lamentável episódio. Apenas assim se fará Justiça”, afirma a defesa.

(*) Com informações da Folhapress

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