Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cidades

Polícias do AM e RR revelam detalhes da prisão do suspeito de matar miss

Rafael Fernandes Rodrigues, 31, acusado de matar a namorada, então Miss Manicoré Kimberly Karen, 22, foi preso em Pacaraima, no estado de Roraima

Polícias do AM e RR revelam detalhes da prisão do suspeito de matar miss

Foto: Divulgação

Controlador, possessivo e ciumento. Foram com esses adjetivos que a polícia obteve informações da personalidade de Rafael Fernandes Rodrigues, 31, e conseguiu prender o principal suspeito de matar Kimberly Karen Mota de Oliveira, 22. A jovem foi encontrada com três facadas no apartamento do acusado, no início da madrugada de terça-feira, 12, na avenida Joaquim Nabuco, no bairro Centro, na zona Sul de Manaus.

Após quatro dias de buscas, o cerco montado pela força-tarefa composta por Polícia Civil, Polícia Militar, Divisão de Inteligência e Captura (DICAP), Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, resultou na prisão de Rafael na tarde de sexta-feira, 15. Ele foi localizado, após denúncias anônimas, em uma cabana feita de bambu, no Morro do Quiabo, na cidade de Pacaraima, que fica na fronteira entre Brasil e Venezuela.

No mesmo dia da prisão, o pai de Rafael Fernandes cometeu suicídio nas primeiras horas da manhã ao se jogar no trilho do metrô, em São Paulo. A vítima ainda foi socorrida e levada para o hospital.

Na manhã deste sábado, 16, autoridades policiais do Amazonas e Roraima concederam coletiva de imprensa para falar sobre os detalhes da prisão do analista judiciário e foragido da Justiça do Estado do Amazonas.

Segundo o delegado geral Hebert de Amorim Cardoso, da Polícia Civil de Roraima, as buscas por Rafael começaram a partir da entrada do procurado no estado, com passagens por Caracaraí e Boa Vista. Após sacar dinheiro, Rafael seguiu de táxi para a zona rural de Pacaraima, onde tentou três vezes entrar na Venezuela.

“Rafael sacou dinheiro e seguiu de táxi para Pacaraima, onde tinha como objetivo fugir para a Venezuela e depois ir para a Espanha. Apesar da possibilidade de ingressar na Espanha, as investigações identificaram que Rafael estava sem passaporte e os voos estavam suspensos. Também não foi comprovado que ele tinha cidadania espanhola”, disse o delegado Hebert de Amorim Cardoso.

Foto: Divulgação

O delegado Paulo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) do Amazonas, informou que ainda não ouviu Rafael para saber o motivo do crime, o que deve acontecer somente em Manaus. A autoridade policial destacou que a imprensa do Amazonas e de Roraima foram fundamentais com a divulgação da imagem do procurado.

“O que motivou esse crime bárbaro ainda é desconhecido. Até o momento não temos informações se a relação dele com a Kimberly Karen era conturbada. Em depoimento, na DEHS, a ex-mulher do acusado disse que Rafael era possessivo, controlador e ciumento. Uma amiga próxima da vítima também relatou, em depoimento, que ele tinha o mesmo comportamento. Nesse desfecho do caso, quero aproveitar para agradecer o papel da imprensa do Amazonas e de Roraima que ajudaram na divulgação da foto de Rafael”, disse o delegado Paulo Martins.

Cerco policial

Conforme informações do coronel Elias Santana, comandante-geral da Polícia Militar de Roraima (PM-RR), durante o cerco, Rafael tentou fugir para a área de mata, mas foi capturado. Além dele, dois venezuelanos foram denunciados por estar dando cobertura de fuga ao foragido da Justiça do Amazonas.

“Rafael estava sujo e com fome em uma cabana no meio do mato. Em outras duas oportunidades, dois policiais civis tentaram efetuar a captura dele, mas foram expulsos do local por seis venezuelanos que estavam armados com terçados. Na ocasião, Rafael havia se embrenhado  na área de mata. Com reforço, as equipes formadas por policiais civis e militares conseguiram prender Rafael, que não resistiu a prisão”, explicou o coronel Elias Santana

Os venezuelanos, de 24 e 17 anos, foram detidos pelo crime de favorecimento pessoal e encaminhados para a delegacia de Pacaraima. Eles foram liberados após assinar o termo de compromisso de comparecer à Justiça.

Após permanecer preso em uma carceragem da Polícia Civil, Rafael será transferido por uma equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), neste sábado, 16, para Manaus, onde o inquérito policial foi instaurado.

Entenda o caso

O analista judiciário Rafael Fernandes, do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região – Amazonas e Roraima (TRT11) teve a prisão decretada pela Justiça do Amazonas na terça-feira, 12, após a polícia analisar as imagens de câmeras de vigilância do local do crime, o colocando na condição de assassino de Kimberly Karen, então, Miss Manicoré e finalista do Miss Amazonas em 2019.

A partir daí, a equipe de investigação da DEHS obteve informações de que Rafael Fernandes havia entrado no estado de Roraima. Uma força-tarefa foi montada pelas polícias do estado vizinho para localizar o analista judiciário.

Na quarta-feira, 13, o carro do suspeito, modelo Audi, de cor branca, de placa PHH-7B39, foi encontrado capotado e com as rodas para cima, em um trecho da BR-174, no município de Caracaraí, no estado de Roraima.

Após o grave acidente, câmeras de segurança no posto de fiscalização para triagem em razão do coronavírus registraram a entrada de Rafael Fernandes na Vila do Jundiá, em Rorainópolis, que fica na divisa com o Amazonas.

Na barreira de fiscalização, Rafael Fernandes preencheu uma ficha de controle epidemiológico e seguiu para Caracaraí. Em seguida, ele pegou um táxi para Pacaraima, onde ficou escondido e pagando pela proteção para dois venezuelanos. Desde o início das buscas, havia indícios de que Rafael tentava ingressar na Venezuela e fugir para a Espanha.