Manaus, 29 de março de 2024
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Cidades

População de Barreirinha sofre com a maior cheia da história da cidade

Portal Amazonas 1 viu e ouviu a dificuldade da população durante esta semana na cidade

População de Barreirinha sofre com a maior cheia da história da cidade

Fotos: Marcio Silva

BARREIRINHA, AM –  A maioria das ruas no município de Barreirinha não serve mais para caminhar ou para o tráfego normal de carros e motos. Com a maior cheia da história do município, o nível das águas dos rios Andirá e Paraná do Ramos, já alcançou a marca de 9,43 metros, fazendo com que a população se ”reveze” nas opções que tem.

Principal meio de transporte na cidade, as motos vão e vêm pelas ruas e ainda tentam “sobreviver” como meio de transporte.  Acompanhando a equipe de reportagem do Portal Amazonas1 desde o dia em que chegamos na cidade, na última terça-feira (18), o mototaxista Germano Siqueira, de 23 anos, afirma que a cheia prejudica o trânsito pelas ruas.

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“Fica assim meio difícil de transitar, porque tu sai em uma rua e na outra já tem água. A gente tem muita dificuldade, porque até o movimento cai também. A gente tem que se virar!”, disse.

Como as motos não são feitas para andar na água e sim em terra firme, o risco é de que o motor seja danificado. “As ruas alagadas também danificam a moto, só que a gente não tem outro meio de ganhar dinheiro. A gente tem que ‘meter’ a moto, tem que fazer manutenção de vez em quando, quando dá, porque nossas famílias precisam da gente e a gente precisa da moto”, desabafou.

Canoas

Outro meio de transporte que vem sendo bastante utilizado nesse período de cheia são as canoas. Passando pelas ruas da cidade, é possível perceber que muitas casas, no lugar de terem carros ou motos estacionados nas garagens, possuem mesmo é uma canoa ou uma pequena lancha.

A equipe de reportagem, inclusive, pegou carona em uma delas para conseguir chegar  à usina de energia elétrica da cidade. Por lá, a água do rio Paraná do Ramos já alagou todas as ruas, sendo impossível o acesso a pé.

O uso de canoa se faz necessário, na maioria das ruas alagadas, em razão de não haver marombas e pontes suficientes para a população transitar. As passarelas de madeira são  opções para os  barreirinhenses poderem caminhar sem molhar os pés, mas, são poucas as ruas que possuem as construções.

Nessa mesma rua, há uma ponte de madeira para a mobilidade urbana de quem mora por perto. Extremamente estreita e com trechos tortuosos, a passarela, ao invés de ajudar, também pode representar um perigo para crianças, idosos e mães com crianças de colo.

Quando as ruas possuem pontes, ou elas são muito estreitas ou acabam na metade do alagamento, fazendo com que a pessoa molhe os pés de qualquer jeito. O Portal Amazonas1 chegou a mostrar, semanas atrás, que o prefeito Glênio Seixas contratou um mercadinho da cidade, pelo valor de R$ 172 mil, para fazer o fornecimento de madeiras com o objetivo de construir.

Questionado, em entrevista exclusiva à reportagem, nessa quinta-feira (20), sobre o porquê de muitas ruas ainda não terem pontes e passarelas construídas, Glênio Seixas afirmou que a Prefeitura de Barreirinha não possui recursos suficientes.

“Essas pontes estão sendo feitas. Essa empresa foi contratada para fornecer os materiais. Portanto, ontem, nós recebemos um carregamento, anteontem a gente recebeu outro carregamento, a semana inteira estamos recebendo carregamento de madeira. Esse valor não é necessário para fazer todo esse serviço”, disse.

“Nós vamos receber, hoje, um sinal do Ministério da Defesa Civil para que a gente possa saber se o Ministério da Defesa Civil vai mandar mais recursos para a gente. Aí, sim, vamos fazer mais contratações. Se tiver necessidade, nós vamos fazer mais contratações para que a gente possa fazer os trabalhos”, disse o prefeito, dando a entender que a cidade e os barreirinhenses não estão necessitando de mais ajuda e mais pontes pelas ruas.