Manaus, 28 de março de 2024
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Manaus, 28 de março de 2024

Cenário

Por R$ 21,5 milhões, IMMU fecha com sócio de empresa envolvida na fraude das corujinhas

A nova contratada tem como sócio, Labib Faour, ex-dono da Consladel, que já ficou conhecida como a 'indústria de multas'

Por R$ 21,5 milhões, IMMU fecha com sócio de empresa envolvida na fraude das corujinhas

Foto: Arquivo / Portal Amazonas1

MANAUS, AM – A ‘indústria de multas’ poderá voltar a Manaus a partir dos próximos meses, isso porque o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), representado pelo secretário municipal Paulo Henrique Martins, decidiu homologar contrato no valor e R$ 21.510.740,00 (vinte e um milhões, quinhentos e dez mil, setecentos e quarenta reais) com a empresa Ensin Empresa Nacional de Sinalização e Eletrificação Ltda.

Paulo Martins, também era secretário à época em que a empresa que fornecia o serviço das câmeras de monitoramento de trânsito foi denunciada por fraudes na emissão de multas e teve o serviço suspenso desde então.

A empresa contratada está registrada sob o CNPJ n.º 58.836.933/0001-01, e está instalada em São Caetano do Sul, em São Paulo. A ENSIN tem como sócios, Jorge Marques Moura e Labib Faour Auad, mesmo sócio da Consladel, empresa envolvida no escândalo das “corujinhas em Manaus, assim como levantou-se suspeita de que ele estaria como sócio no Consórcio Manaus Seguro, contratado na gestão de Amazonino Mendes e recontratada na gestão de Arthur Neto, em 2015.

Segundo a nova contratação, a empresa vai fornecer o serviço de sinalização do tipo horizontal, vertical e sinalização semafórica com o fornecimento, implantação e manutenção das mesmas.

Leia mais: Prefeitura faz Instalações de câmeras de monitoramento em Manaus e condutores desconfiam do futuro

Indústria da Multa

Na primeira gestão do ex-prefeito Arthur Neto (2013 a 2016), mesmo após as investigações do MP, a empresa Consladel teve seu contrato renovado. Em 2015, a empresa recebeu do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) comandado por Paulo Henrique Martins um valor de R$ 28,4 milhões. O contrato durou até março daquele ano.

Um novo processo de licitação para a contratação de radares para a capital foi aberto e, com ele, mais um escândalo. Um dos sócios da Consladel, Labib Faour Auad, estaria por trás do consórcio Manaus Seguro, vencedor do certame. A denúncia, feita por uma rede de televisão, fez com que Arthur Neto pressionasse Paulo Henrique Martins a explicar a participação da empresa no processo.

O presidente do Manaustrans não conseguiu esclarecer como uma das empresas do consórcio que venceu a licitação pertencia ao mesmo dono da Consladel. Paulo Henrique pediu exoneração do cargo e Arthur Neto cancelou a homologação da licitação e da instalação dos radares em Manaus.

Coincidência ou não, o mesmo Paulo Henrique Martins é o titular do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), órgão responsável pela fiscalização de trânsito e transporte na gestão do atual prefeito David Almeida (Avante).

Instalação de câmeras

Em março, a Prefeitura de Manaus iniciou o serviço de instalação de câmeras na cidade de Manaus. À época, a informação era de que elas apenas monitorariam o trânsito da cidade, a fim de evitar transtornos aos condutores, no caso de bloqueio do fluxo. Ao todo, foram adquiridas 180 câmeras e cada equipamento consegue visualizar uma área em 360°graus. 

Sem retorno

A pasta foi consultada para verificar em quais locais da cidade serão instaladas as câmeras, a quantidade contratada e se elas vão atuar como forma de multar o condutor, caso cometa alguma irregularidade, mas o IMMU não se pronunciou a respeito dos questionamentos até o fechamento da reportagem; espaço segue aberto para esclarecimentos.

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