Manaus, 2 de maio de 2024
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Cidades

Presidente afastado afirma que uso de dinheiro foi para custear o TJD-AM

Edson Rosas Júnior, foi afastado da presidência do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas, após suspeita de irregularidades no recebimento de dinheiro.

Presidente afastado afirma que uso de dinheiro foi para custear o TJD-AM

Edson Rosas Júnior (Foto: Antônio Mendes/Portal AM1

UE Manaus (AM) – O advogado Edson Rosas Júnior, presidente afastado do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM), afirmou neste sábado (23) que os valores referentes às multas aplicadas a clubes e atletas sob a jurisdição do tribunal, os quais eram direcionados para sua conta pessoal, foram destinados para custear os serviços e operações do próprio tribunal.

Rosas argumentou que a medida foi necessária devido à falta de repasses adequados por parte da Federação Amazonense de Futebol (FAF), presidida por Ednailson Rozenha, para manter o pleno funcionamento do órgão. Segundo Edson, o último pedido de assistência financeira foi encaminhado à FAF em abril deste ano.

Edson enfatizou que o TJD-AM tomou a iniciativa de criar uma resolução, com o respaldo de todo o colegiado, na qual os recursos que não estavam sendo repassados seriam direcionados para sua conta pessoal a fim de garantir a continuidade das atividades do TJD-AM.

“O Colegiado, os auditores, decidiram que as coisas seriam pagas para a Secretaria. Esse dinheiro nós temos todas as documentações e recibos que foram pagos para a manutenção do (TJD-AM), disse em sua defesa.

O advogado também fez questão de ressaltar que não depende financeiramente dessas verbas, pois é “advogado há 30 anos e herdou um escritório com meio século de existência.” Rosas frisou, ainda, que leva uma vida independente e que sua intenção sempre foi contribuir com o tribunal, afirmando: “Aqui, não tiro, eu contribuo.”

Decisão

Na decisão, o auditor Corregedor Geral do Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua, destacou que o STD os Tribunais de Justiça Desportiva não têm sua própria identidade legal e que é responsabilidade das federações esportivas, como a FAF, arrecadar os fundos necessários para manter o tribunal funcionando.

“Os fatos trazidos e corroborados pelos documentos anexados são de extrema gravidade, além de antiéticos e imorais, estão inclusive tipificados no Código Penal Brasileiro, podendo trazer ainda mais prejuízo à organização e funcionamento do Futebol Amazonense”.

O auditor determinou ainda que o TJD-AM foi orientado a atender aos pedidos da FAF e fazer uma auditoria para verificar quanto dinheiro foi repassado para as contas pessoais dos suspeitos.

FAF

Edson foi afastado do cargo, na última quarta-feira (21), por um período de 30 dias, após a FAF denunciar o dirigente por suspeita de desvio de recursos. A decisão foi prontamente acatada pelo Auditor Corregedor Geral do Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua.

Em sua defesa, Edson Rosas afirmou: “Fiz tudo isso”, referindo-se ao uso e recebimento de dinheiro, inclusive via Pix, para não entrar com uma representação junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra a FAF, que havia deixado de destinar recursos ao tribunal.

“Porque no primeiro mês em que solicitei os recursos, eu poderia ter tomado a mesma medida que estão tomando agora comigo, afastando o presidente por não cumprir a lei […]. Tudo em nome do bem do futebol”, enfatizou.

Ciente

Segundo Edson, Rozenha estava ciente de que o tribunal passou a receber os valores das multas aplicadas a jogadores de times do Amazonas, que antes eram pagos diretamente à FAF.

“No momento em que começamos a receber esses valores aqui, informei ao Rozenha, pois liguei para ele, e ele assegurou que estava tudo em ordem. Ele estava ciente, embora agora possa negar”, concluiu.

Além dele, a secretária do tribunal, Larissa Ponce Guimarães, também recebeu a mesma punição. De acordo com Edson, ela está muito abalada, pois não cometeu nenhum erro, somente “cumpriu ordens”.

Segredo de Justiça

Procurado pelo Portal AM1, o presidente da FAF, Ednailson Rozenha, disse que não iria se manifestar devido o processo está correndo em segredo de justiça, mas adiantou que na terça-feira (26) falará na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

“O processo é denso e o STJ D não suspenderia um presidente de tribunal se não houvesse provas contundentes. Contudo, na terça-feira, eu irei falar na tribuna da Aleam”, destacou o presidente.

Ele ainda criticou o fato de Edson ter se manifestado em coletiva porque o processo está em segredo de justiça. Rozenha afirmou ao Portal AM1 que há muita “coisa gravíssima para se mostrar”.

“A decisão é clara, o processo ocorre em segredo de justiça, então não entendi porque que falaram. Eu estou calado, respeitando a decisão judicial, porque para mim, decisão se cumpre, né?”, finalizou.

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