Manaus, 11 de maio de 2024
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Cidades

Profissionais da saúde, educação e segurança estudam greve geral

Faltando menos de uma semana para completar cem dias de mandato, o atual chefe de governo do Amazonas, Wilson Lima, se depara com três possíveis greves

Profissionais da saúde, educação e segurança estudam greve geral

(Foto: Divulgação)

As áreas da educação, segurança e saúde ameaçam paralisar nos próximos dias caso suas reivindicações não sejam atendidas pelo Governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC). Em reunião nesta sexta-feira (5), os professores da educação pública do Estado deliberam um indicativo de greve em protesto ao governo.

Faltando menos de uma semana para completar cem dias de mandato, o atual chefe de governo do Amazonas, Wilson Lima, se depara com três possíveis greves em setores primordiais do Estado: educação, segurança e saúde.

Os trabalhadores das três categorias têm em comum a reivindicação dos pagamentos dos salários que, entre atrasos e dissenso em relação aos reajustes inflacionários, não conseguem chegar a um acordo com o governo.

Educação

Os professores da rede estadual de ensino estão desde o dia 1 de março esperando o reajuste salarial referente à data-base de 2019, que venceu justamente nesta data, há mais de um mês. A categoria já se reuniu quatro vezes com o titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Luiz Castro, que insiste na proposta de reajuste de 3,93% alegando que, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal, não pode oferecer porcentagem maior.

Manifestação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) na última terça-feira (2) – (Carlos Bolívar/Amazonas1)

No entanto, os professores pedem um reajuste de 15%, baseado no estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e no percentual de perda do poder de compra do período entre 2015 e 2018. A informação é da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina Rodrigues.

De acordo com ela, a categoria insiste agora para falar com o governador do estado, Wilson Lima. “Já fomos recebidos pela Seduc, mas não conseguimos avançar em relação ao percentual do reajuste. E por isso precisamos sentar com o chefe do governo para discutir um percentual que esteja de acordo com o que solicitamos” disse.

Além do Sinteam, A Associação dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom) decidem nesta sexta-feira (5), em Assembleia Geral, sobre a instalação de Estado de Greve da categoria em Manaus.

Segurança

Sem o pagamento da data-base previsto em lei, que venceu na última segunda-feira (1), os soldados da Policia Militar do Amazonas informaram que vão reunir as três associações que representam os praças, para deliberar se haverá greve ou não. Mas, de acordo com o presidente da Associação dos Praças do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa, o provável é que tenha a greve seja estabelecida logo após a reunião.

“Na assembleia de sábado nós vamos decidir os destinos que iremos tomar, tendo em vista os prejuízos que a categoria já está tendo com esses atrasos, a tendência é que haja uma greve sim” disse.

Além de reivindicar pela data-base, os PM’s exigem as promoções dos praças e o auxílio fardamento.

Saúde

A situação dos trabalhadores da saúde é a pior, as empresas terceirizadas que prestam serviços para a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) estão sem receber há pelo menos cinco meses. Entre promessas e todas as burocracias do governo, a situação não melhora.

Lei autorizou promoções a policiais militares

Policiais em protesto no ano passado (Divulgação/Apeam)

As diretorias das Empresas de Especialidades Médicas estiveram em reunião na última quarta-feira (3) na Susam, com a secretária do Fundo Estadual de Saúde (FES), Dra. Daniele Magalhães. Na ocasião, foi exposto a insatisfação do setor em relação ao não cumprimento dos pagamentos do mês de março e ainda a falta de informações concretas sobre os recursos do FTI.

FTI

Aprovado com 19 votos na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) no final de fevereiro deste ano, o repasse de 40% das verbas do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI) ainda não foi repassado aos trabalhadores da saúde. O valor total corresponde a aproximadamente R$ 350 milhões, do qual uma parte é para a capital e outra para o interior.

De acordo com a assessoria da Empresas de Especialidades Médicas, a secretária do FES informou que “quanto aos recursos do FTI, foi exposto pelo FES que receberemos até 30 de abril o equivalente a 33% da primeira competência atrasada de 2018” disse.

Além disso, ainda de acordo com assessoria, ficou evidente que a burocracia da Susam em analisar os processos das Empresas Médicas precisa ser resolvida, desde os fiscais de contrato nos Hospitais até a análise no Gabinete do Secretário.

Tendo em vista esses atrasos do pagamento, a categoria já iniciou uma mobilização para nova audiência na Assembleia Legislativa do Amazonas. Lá eles pretendem atualizar as informações sobre o assunto. “Pretendemos atualizar as informações sobre a persistência dos atrasos de pagamento, o não cumprimento até o momento dos recursos do FTI para Saúde conforme havia sido acordado, e situação de desabastecimento crítico na Rede”.

Segundo a assessoria, a categoria está decidindo se vai paralisar ou não suas atividades em protesto ao governo.

Resposta do Governo

A reportgem entrou em contato com o Governo do Estado do Amazonas para saber como está sendo avaliada estas reivindicações das categorias da educação, segurança e saúde. E ainda como está sendo o repasse dos recursos do FTI para os terceirizados da saúde. No entanto, o governo não respondeu até a publicação desta matéria.