Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Cidades

Risco de contaminação da covid-19 aumenta em supermercados, apontam infectologistas do AM

Em entrevista ao Amazonas1, infectologistas alertam sobre outras doenças que também podem ser transmitidas em supermercados

Risco de contaminação da covid-19 aumenta em supermercados, apontam infectologistas do AM

Foto: Divulgação

MANAUS, AM– O uso obrigatório de máscaras e higienização de objetos como chaves, canetas e celulares se tornou um protocolo a ser adquirido previsto em decreto governamental. A medida foi determinada pelo decreto 42.061, no dia 16 de março de 2020, após a pandemia do coronavírus chegar no Amazonas. Porém, infectologistas apontam outros cuidados que devem ser adotados pela população, principalmente em supermercados, onde objetos como cestas e carrinhos de compra são altamente sujeitos a serem vetores do vírus e o risco de contaminação da covid-19 só aumenta.

Entre as normas determinadas pelo governo do Amazonas previstas no decreto 42.061, está a de que funcionários devem higienizar as mãos antes da entrega dos alimentos e bebidas e supermercados devem disponibilizar além de álcool em gel, sinalizações que indiquem instruções sobre distanciamento social adequado nas instalações de lojas.

Para a infectologista Ana Galdina, a preocupação com objetos de supermercado durante o início da pandemia era muito maior. Isso porque para os próprias infectologistas, quando surgiu a covid-19, os cuidados foram maiores por conta dos efeitos que poderiam surgir e que ainda não eram conhecidos pela ciência.

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Banco de Imagens/iStock

“A gente focou muito nesse tema no início da pandemia. Quando se discutia uma possível contaminação pelo Coronavírus , pelo contato. Era muito no início e não tínhamos certeza sobre a transmissão somente por aerossóis, como sabemos hoje. Então começamos a atentar para um hábito de higiene e saúde fundamental, mas que não praticávamos tanto: a higienização adequada de materiais e equipamentos utilizados pelo público em supermercado”, explicou a especialista.

Em supermercados são reunidos objetos e produtos com potencial altamente manipuláveis pela população. Além da covid-19, a médica abre um alerta sobre outras doenças que podem ser transmitidas no supermercado.

“Há outras doenças infectocontagiosas presente nesse ambiente, tais como: hepatites de transmissão oral, enterovírus causadores de gastroenterites e bactérias tais como salmonellas e shiguelas, que podem ser transmitidos por meio deste contato com materiais sem a adequada higienização. São de transmissão fecal-oral”, disse a especialista.

Marcos Lacerda, pesquisador que lidera a equipe Clorocovid pela Fiocruz Amazonas e que é responsável por estudos voltados para covid-19, também alertou para as precauções em supermercados. “Ainda estamos em uma pandemia, nossa preocupações deve ser as mesmas do início. O supermercado pode ser um forte agente vetor se os cuidados não forem voltados para álcool em gel 70 em tudo”, explicou.

Em outro trecho, Ana Galdina também reafirmou a orientação do pesquisador da Fiocruz, “Acredito que deve existir um protocolo de operação padrão (POP) para a higienização destes itens. Pois são materiais de muito manuseio. Igualmente as maquinetas de pagamento dos cartões. Ao utilizá-las sempre higienizo as mãos com álcool gel. São áreas de intenso contato e manipulação”, declarou.

Supermercados

O Portal Amazonas1 entrou em contato com supermercados como Nova Era, Carrefour e DB, para saber como é a estratégia de higienização dessas empresas, voltadas para o coronavírus. Em nota, as linhas de supermercado Carrefour, Nova Era e DB encaminharam para a produção como funciona o esquema de higienização de cada empresa.

Segundo o Carrefour, o esquema do supermercado envolve limpeza contínua dos carrinhos, caixas e esteiras, além de totens informativos nas entradas das lojas e disponibilização de álcool gel. Em nota, o mercado também declarou que te m investido em proteção de acrílico em caixas de pagamento e balcões de atendimento.

“Também adotamos distanciamento entre os colaboradores nas salas de reunião, refeitório e durante o turno de trabalho; fechamento provisório de áreas comuns. Nos hipers, dobramos o número de caixas preferenciais para que idosos e profissionais de saúde. No Express, Market e Bairro, todos os caixas se tornaram preferenciais para este público”, informaram.

Já o Grupo Nova Era e DB afirmam em nota que os protocolos voltados para saúde buscam priorizar principalmente a higiene dos produtos considerados altamente manipuláveis. Além disso, as redes declaram que displays com álcool em gel são disponibilizados pelas lojas.

“Atendemos criteriosamente todos os protocolos de segurança para evitar a proliferação do novo coronavírus. Isso pode ser observado já na entrada de todas as lojas, que contam com display com álcool em gel, além de pias com detergente para que todos os clientes façam a higienização correta das mãos. Dentro das lojas, também estão disponibilizados displays com álcool em gel, para que o cliente possa manter a higienização de forma constante. Na área dos caixas, o chão está identificado com adesivos para que os clientes possam respeitar a distância mínima de 1,5 metro nas filas”, declaram.

O Portal AM1 também buscou contato com a associação de supermercados para mais informações, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço fica disponível para informações futuras.

Decretos

Previsto pelo Decreto Nº 43522  de 05/03/2021. O governo do estado prevê regras para o setor de alimentação e mercado. Dentre elas estão cuidados voltados para a higiene e proibição de degustação.

Regras para 14 –  o setor de alimentação e mercado:

Reforçar cuidados nas áreas de manipulação de alimentos: proibido todo ato que possa contaminar os alimentos, tais como comer, fumar, tossir, espirrar, se coçar ou tocar o nariz, orelhas ou boca, usar o celular ou realizar outros hábitos inseguros. Os funcionários devem higienizar as mãos antes da entrega dos alimentos e bebidas; Vedada a utilização de adornos pessoais, como anéis, pulseiras, gargantilhas, relógios, colares e brincos grandes, pelos profissionais que manipulam alimentos. Permitido o uso de brincos pequenos.