Manaus, 29 de março de 2024
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Cenário

Rodrigo de Sá deixa Detran para disputar vaga na Câmara Federal: ‘missão que me foi dada’

Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, neste domingo (3), o ex-gestor de Trânsito revela que deve ser candidato a deputado federal na chapa de Wilson Lima e pelo partido PL

Rodrigo de Sá deixa Detran para disputar vaga na Câmara Federal: ‘missão que me foi dada’

Foto: divulgação

O diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Rodrigo de Sá, deixou nessa semana o cargo que ocupou por mais de três anos. Ele afirmou que vai se dedicar a novos desafios: “Ontem encerrei um ciclo importante, inesquecível e, a meu ver, muito exitoso”, escreveu Rodrigo de Sá, que também é delegado concursado.

Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, neste domingo (3), o ex-gestor de Trânsito revela que deve ser candidato a deputado federal na chapa de Wilson Lima e pelo partido PL.

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“Ao que tudo indica sim. Essa missão que me foi dada é um projeto que não é só meu. Você tem um grupo político, todo mundo sabe que estive na direção do Detran graças ao governador Wilson Lima. Estou com o governador, apoio o governador, e o projeto envolve todos nós, a reeleição do governador, sobretudo”, disse à reportagem.

Além disso, Rodrigo de Sá também relatou sobre suas ações e desafios vivenciados durante os anos em que esteve à frente do Detran-AM. Destacou os maiores projetos da pasta como o último inaugurado pelo Governo do Amazonas: Detran Cidadão, que constitui a CNH Social, Motociclista Legal e a CNH na Escola.

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AM1: O senhor deixou o Detran nos últimos dias após mais de 3 anos de comando. Como foi a sua gestão na pasta nesse período?

Eu estava há 3 anos e alguns meses como diretor presidente, desde o início da gestão do governador Wilson. Mas eu atuei como diretor técnico por 1 ano e 2 meses, no final de 2017 até o final de 2018. Então, eu aprendi muito em matéria de trânsito, toda a rotina do Detran nesse período em que eu fui diretor técnico, creio que isso tenha me credenciado a ser escolhido pelo governador para ser presidente. E quando eu assumi a presidência, eu já tinha um panorama muito claro do que é o Detran, do que ele precisava mudar. A gente conseguiu fazer algumas mudanças na diretoria técnica no governo passado, mas, naturalmente, que como presidente você tem um poder de decisão e consegue colocar as coisas em prática. A primeira coisa era modernizar o Detran, trazer o Detran para uma nova realidade, com atendimento melhor às pessoas, mais humanizado, com condições de receber o usuário de forma digna, isso foi primordial. Aí tem a mudança de sede, a mudança de identidade visual, o Detran mudou as cores, mudou o slogan, mudou o brasão, mudou tudo. E depois imprimir em tecnologia, a gente precisava avançar em modernidade, em autoatendimento, melhoramos o nosso portal de serviço, melhoramos outros aspectos de tecnologia, desburocratizamos a questão de veículos, de habilitação com documentos digitais. Enfim, esse era um dos desafios principais, era uma premissa, porque reflete na qualidade da prestação de serviço. Depois, a gente precisava organizar a parte administrativa do Detran né. O Detran Amazonas tem um efetivo que não é concursado. A gente precisava entender as rotinas administrativas, organizar os setores, reestruturar o Detran, tudo isso nós fizemos […]

E talvez o desafio maior fosse interiorizar o Detran, né, para que o cidadão do interior tivesse o mesmo atendimento que o cidadão da capital tem. E aí o projeto vai abrir mais cinco polos de atendimento avançado e o primeiro dele vai ser em Humaitá, acredito que agora em maio. Humaitá vai ser o primeiro município a ter um polo avançado de atendimento, que vai atender outros municípios da Calha do Madeira, e vai ter confecção de placa e CNH no próprio município, isso é histórico no Amazonas. Depois de Humaitá, vai ter Tefé, Tabatinga, Parintins e salvo engano, Eirunepé.

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E, por fim, a criação dos projetos sociais né, que era um projeto que eu tinha desde o início, mas que por conta da pandemia a gente teve que deixar guardadinho. Mas eles sempre foram a premissa na minha gestão […] Nós fizemos vários cursos gratuitos, nos aproximamos da população indo nos bairros nos projetos do governo, fazendo mutirões no interior. E tudo isso culminou com o Detran Cidadão, no bojo do qual temos três grandes projetos: CNH Social, Motociclista Legal, e o CNH na Escola, que lançamos mês passado, que vai levar legislação gratuita para os alunos do ensino médio.

AM1: De todos esses projetos e ações citados pelo senhor, o que mais teve destaque dentro e fora do Detran?

Tudo um pouco, uma proporção diferente para cada um deles. Muitas pessoas reconhecem na minha gestão o marco, o divisor de águas, de salto de qualidade de serviços do Detran e isso tem muito a ver com a melhoria da questão tecnológica, da informatização e modernidade dos sistemas. Muito se fala também no ambiente, saiu daquele prédio antigo, e o Detran hoje é mais moderno, você entra e parece que está numa empresa privada, tem um atendimento humanizado, agendado. Então isso, é um marco na história do Detran e da minha gestão, que é a modernização e melhoria na qualidade do atendimento e serviços.

Outra, sem dúvida alguma, é o concurso público, que é o primeiro concurso da história, que vai ser homologado de fato – houve um concurso, mas que não foi homologado, não foi validado – esse é o primeiro concurso da história do Detran Amazonas, que não tinha plano de carreiras de funcionários. O concurso já está sendo feito e inclusive está com inscrições abertas até o dia 6.

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E a interiorização, com certeza, porque o Detran no Amazonas era muito incipiente, não tinha atendimento de qualidade, poucos postos, a gente conseguiu ampliar. Sem dúvida alguma, a criação dos projetos sociais, mudar a imagem do Detran perante a sociedade, foi muito importante. Os projetos sociais chegaram para ser a cereja do bolo, a gente construiu um processo de mudança da imagem do Detran ao longo desses três anos e isso culminou com o lançamento do Detran Cidadão, que ele fez com que o Detran estivesse mais próximo das pessoas. Então, o carro chefe da gestão, embora tenha um pouco de tudo, mas o ápice de tudo creio que sejam os projetos sociais CNH Social, Motociclista Legal – que dentre os três é o que está ganhando mais força no interior – e o CNH na Escola.

AM1: O senhor possui mais 20 anos como servidor público. Na sua visão, quais são os maiores desafios na vida pública e na administração pública?

Eu sou servidor público desde o final de 2002. Entrei no Ministério Público como nível médio, em seguida passei em um concurso lá mesmo para nível superior para analista jurídico né. Fui assessor de dois procuradores gerais, fui assessor do Otávio Gomes, que hoje é até controlador geral do Estado e do Dr. Francisco Cruz, já falecido. Já trabalhei um ano e meio no TRE depois voltei para o MP. Em seguida passei no concurso da polícia em 2011, sou delegado de polícia desde 2011, já passei por várias delegacias de bairro. Eu acho que a gente precisa retomar esse policiamento de bairro, fortalecer isso, porque isso que dá sensação de segurança às pessoas, é algo que tenho como ideal. E o Detran, sem dúvida alguma, foi o ápice da minha carreira, onde eu pude desempenhar tudo aquilo que aprendi de gestão. A gente vai angariando conhecimento ao longo da trajetória. São 20 anos de serviço público, mas também já trabalhei na iniciativa privada, já trabalhei na Ambev, que foi uma escola para mim. Então, você acaba reunindo todos esses conhecimentos e mistura um pouquinho e leva para aplicar.

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A maior dificuldade, o maior desafio de um gestor público é fazer a coisa andar sem burocracia, com celeridade, você conseguir concretizar de fato os seus projetos. Muito se fala que a administração pública é difícil, é morosa e de fato é, você precisa ter uma energia redobrada para fazer com que as coisas aconteçam. Você constrói projetos, escreve, planeja, mas pra que ele saia do papel e seja concretizado, é muito mais difícil que na iniciativa privada. Você não depende só de você, tem todo um tramite legal da administração pública, de orçamento. Mas eu acho que a gente saiu vitorioso, mesmo com a dificuldade a gente conseguiu realizar muita coisa, mesmo com um intervalo de tempo relativamente curto.

AM1: O senhor deixou o Detran para possivelmente se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados, certo? Como o senhor vai encarar este pleito?

Ao que tudo indica sim, né. Essa missão que me foi dada é um projeto que não é só meu né. Você tem um grupo político, todo mundo sabe que estive na direção do Detran graças ao governador Wilson Lima. Estou com o governador, apoio o governador, e o projeto envolve todos nós, a reeleição do governador, sobretudo.

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O meu projeto individual é um projeto voltado para o projeto do grupo. Se o projeto do grupo for, de fato, a Câmara Federal, eu vou aceitar. Ao que tudo indica, eu não posso te confirmar, mas a pretensão e a proposta é que eu venha para a Câmara Federal e saia deputado federal pelo PL e aí na chapa temos o presidente do PL, Alfredo Nascimento, obviamente vai concorrer; o Alberto Neto né também. Eu já estou filiado no PL. Eu posso te afirmar que a probabilidade é que eu concorra a um cargo de deputado federal.

AM1: Já tem alguma data para a confirmação da pré-candidatura?

Essa semana… Tudo ocorreu muito rápido, eu estava viajando, cheguei hoje. Mas essa semana já vou reunir, nos próximos dias a gente já vai fazer um lançamento de pré-candidatura.

AM1: Quais serão suas bandeiras e projetos após confirmada sua pré-candidatura e início da campanha? Quais segmentos o senhor deve focar, caso seja eleito?

Nunca fui político, mas sempre fui um cara politizado. Mas sempre fui reconhecido por ser um cara sobretudo técnico. Então, tudo é novo para mim, mas é natural que a gente entenda que todas as propostas, que todas as políticas são importantes. Então qualquer plataforma política que tenha por objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas, né? Segurança pública de qualidade efetiva, com sensação de segurança de fato da população, saúde de qualidade, geração de emprego e renda, educação, tudo isso são os pilares de qualquer proposta, qualquer plataforma política. Mas toda minha trajetória profissional e o meu trabalho sempre foi voltado para área de políticas públicas de maior envergadura. Quando você fala de segurança pública, você fala de competência do estado, sou delegado de polícia há 11 anos, tenho essa bandeira da segurança pública como um dos motes da minha plataforma. Eu tenho esse ideal de policiamento comunitário, acho que precisa reforçar isso, reforçar as delegacias de bairro, atendimento à comunidade, dar sensação de segurança para as pessoas. E, naturalmente também as políticas públicas de trânsito e mobilidade urbana, eu não poderia deixar de falar disso, depois de ter atuado como diretor do Detran esses anos todo e de ser vice-presidente da Associação Nacional dos Detrans […] A gente tem um estado que é muito carente em políticas públicas de trânsito, os projetos sociais são só uma ponta do iceberg, porque nesses projetos ele tem uma repercussão direta na segurança viária quando você capacita melhor um condutor, quando você pega um profissional mototaxista e qualifica, atualiza o curso, oferece linha de crédito para uma moto mais nova.

Os municípios do estado do Amazonas, 99% não têm uma sinalização adequada. Acho que só Manaus ou nem Manaus, na verdade. Todos os municípios do Amazonas não têm uma sinalização horizontal e vertical adequadas. Não tem planejamento urbano adequada, plano de mobilidade urbano de excelência, por isso a gente vive caos no trânsito. A gente tem que resgatar esse tema […] Mas sem deixar de pensar em outros temas […] O que é bom para a saúde, implementar a saúde de qualidade para as pessoas, atendimento de baixa, alta e média complexidade, o governador já vem fazendo isso. A educação a mesma coisa. Eu sou fruto de tudo que estudei, não venho de família rica, sou filho de mãe solteira, então tudo que eu conquistei foi com estudo, então eu sou um exemplo de que o estudo realmente transforma e muda a vida das pessoas.