Manaus, 8 de maio de 2024
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Rússia afirma que militares vão ficar o tempo que ‘for necessário’

Ao lado da China, a Rússia é um dos principais apoiadores de Maduro. O ditador atualmente trava uma disputa interna com o líder opositor Juan Guaidó

Rússia afirma que militares vão ficar o tempo que ‘for necessário’

O governo russo disse nesta quinta-feira (28) que as tropas que enviou para a Venezuela no último fim de semana vão permanecer no país o tempo que for necessário, mas que elas não irão participar de nenhum tipo de operação militar e não representam uma ameaça a estabilidade na região.

As declarações do Kremlin foram dadas um dia depois de o presidente americano Donald Trump ter afirmado que Moscou deveria retirar todos os seus militares da Venezuela.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. (Divulgação)

No fim de semana, dois aviões russos pousaram em Caracas com cerca de cem militares, mas só nesta quinta a Rússia admitiu oficialmente ter enviado as tropas.

De acordo com Moscou, -que apoia o ditador Nicolás Maduro- os militares enviados são especialistas e estão no país para participar de um acordo de cooperação assinado com Caracas.

“Eles estão trabalhando na implementação dos acordos assinados no campo da cooperação técnica e militar. Quanto tempo levará? Enquanto for necessário para o governo venezuelano”, declarou a jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

“A Rússia não infringiu nada, nem os acordos internacionais, nem o Direito venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça ninguém, diferentemente de Washington”, disse ela.

A porta-voz classificou as críticas de autoridades americanas nesta semana de “tentativa arrogante de ditar para Estados soberanos como têm de se relacionar entre eles. Nem a Rússia e nem a Venezuela são províncias dos Estados Unidos”.

Já o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que Washington não deveria interferir na relação entre Moscou e Caracas.

“Não acreditamos que países terceiros devam se preocupar com nossas relações bilaterais”, disse ele.

“Não estamos interferindo nos assuntos internos da Venezuela e esperamos que outros países sigam nosso exemplo e permitam que os venezuelanos decidam seu futuro por conta própria.”

Ao lado da China, a Rússia é um dos principais apoiadores de Maduro. O ditador atualmente trava uma disputa interna com o líder opositor Juan Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países -entre eles os EUA- como o presidente interino da Venezuela.

Os dois lados receberam nesta quarta um pedido da ONU para permitirem a entrada de ajuda humanitária no país, informou o jornal The New York Times.

Em fevereiro, Guaidó anunciou tentativa para que carregamentos de ajuda entrasse na Venezuela pelas fronteiras com a Colômbia e com o Brasil, mas o regime Maduro fechou a divisa e impediu a entrada do material.

O país vive uma crise de abastecimento, na qual faltam alimentos e remédios, além de ter sofrido dois apagões este mês. 

 

(*) Com informações da Folhapress