BRASÍLIA – Em uma ligação telefônica, nesse domingo (11), gravada pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania), o presidente Jair Bolsonaro foi pego combinando com o parlamentar estratégias para que a CPI da Saúde estenda seus braços sobre governadores e prefeitos de todo o Brasil.
Leia mais: PSL resiste, e Bolsonaro segue sem acordo por novo partido
O assunto está causando mal-estar em Brasília. Pelo tom da conversa, a oposição afirma que o senador barganha apoio e prestígio do Planalto. A conversa foi gravada e divulgada pelo próprio senador.
Bolsonaro teme que a CPI atrapalhe seus planos de reeleição, especialmente as investigações sobre a crise do oxigênio em Manaus. O ex-ministro Eduardo Pazuello é um dos alvos potenciais da CPI por conta dos episódios da crise do oxigênio em Manaus. “Se não mudar a amplitude, a CPI vai simplesmente ouvir o Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana. Tem que fazer do limão uma limonada. Por enquanto, é um limão que tá aí. Dá para ser uma limonada”, diz o presidente ao senador.
A CPI será instalada nesta terça-feira (14), por determinação do STF, através do ministro Luiz Roberto Barroso. “A CPI hoje é para investigar omissões do presidente Jair Bolsonaro, ponto final. Quer fazer uma investigação completa? Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir só pra cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI que realmente seja útil para o Brasil? Mudar a amplitude dela. Bota governadores e prefeitos. Presidente da república, governadores e prefeitos”, completou Bolsonaro.
STF NA MIRA
Na mesma conversa, Bolsonaro afirma que é hora de um contra-ataque sobre o STF. “Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment (de ministros) também. Sabe o que eu acho que vai acontecer, eles vão recuperar tudo. Não tem CPI… não tem investigação de ninguém do Supremo”, diz Bolsonaro.
Kajuru então afirma que pediu o afastamento do ministro Alexandre de Moraes. “Você é 10”, responde o presidente.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.