Manaus, 1 de maio de 2024
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Manaus, 1 de maio de 2024

Cidades

Servidores do Ifam se unem à greve nacional por recomposição salarial

Segundo o sindicato, a greve nacional e por tempo indeterminado, conta com a adesão de mais de 230 unidades de ensino em pelo menos 18 unidades federativas.

Servidores do Ifam se unem à greve nacional por recomposição salarial

(Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – Nesta segunda-feira (15), servidores do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), dos campi Manaus, Parintins e Maués aderiram à greve nacional da categoria, aprovada desde o dia 18 de março e confirmada nessa última quinta-feira (11) pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

Os servidores não aceitaram a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos na última Mesa Setorial Permanente de Negociação. Os docentes pedem reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, a serem pagas em 2024, 2025 e 2026.

O coordenador geral da seção sindical de Manaus do Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) no Amazonas, professor José Eurico de Souza, disse que a ideia é que todos os quinze Campi do Ifam paralisem as atividades, mas, explicou que o efeito da mobilização depende do apoio dos demais servidores.

“Não estamos pedindo reajuste, estamos pedindo recomposição salarial. É diferente. Reajuste é quando nós temos aumento todos os anos, e isso nós não temos, porque não temos data-base. Nós pedimos para ter de volta o poder de compra que nós tínhamos em 2018”, frisou o coordenador.

Conforme o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes), a proposta apresentada pelo governo federal foi de um reajuste salarial zero, com aumentos apenas no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658, para R$ 1000; no valor da assistência pré-escolar, de R$ 321,00 para R$ 484,90, além de 51% a mais no valor atual da saúde suplementar.

A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores, após reunião com a participação de 34 seções sindicais do setor, que também votaram pelo movimento paredista resultando em 22 votos favoráveis, sete contrários e cinco abstenções.

Também estão na pauta a revogação da portaria do Ministério da Educação 983/20, que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A revogação do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum para a Formação de Professores (BNC-Formação) também estão em discussão.

Na terça-feira (16), até o dia 18 de abril, o movimento dará início à Jornada de Luta “0% de reajuste não dá!”, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Está prevista ainda a realização de uma semana de atividades locais nas instituições entre 22 e 26 de abril.

Em nota, o Ministério da Gestão informou que, além de formalizar a proposta apresentada na última quinta-feira, também foi assumido o compromisso de abrir, até o mês de julho, todas as mesas de negociação específicas de carreiras solicitadas para dar tratamento às demandas e produzir acordos que sejam positivos aos servidores.

De acordo com o órgão, já há dez mesas tratando de reajustes para a educação com acordos consensualizados e oito estão em andamento. Além disso, foi criado um grupo de trabalho para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). “O relatório final do GT, entregue no dia 27/3 à ministra da Gestão, Esther Dweck, servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação.”

A proposta do governo deverá ser avaliada pelo movimento até a próxima sexta-feita (19). Até lá, a jornada de luta segue a todo vapor. No dia 17 de abril, servidores federais de todo o Brasil marcharão em Brasília para exigir valorização de categorias fundamentais para combater as injustiças no país.

Nesse mês de abril, a mobilização é unificada com a jornada de luta nos dias 16, 17 e 18 de abril.

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