Manaus, 21 de maio de 2024
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Cenário

Silas Câmara é alvo de pedido de cassação do Ministério Público Eleitoral

O órgão pediu a cassação por captação e gastos ilícitos com fretamento de aeronaves na campanha eleitoral deste ano

Silas Câmara é alvo de pedido de cassação do Ministério Público Eleitoral

(Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

MANAUS – O diploma do deputado federal reeleito Silas Câmara (Republicanos) está na mira no Ministério Público Eleitoral (MPE). O órgão pediu a cassação na segunda-feira (19) por captação e gastos ilícitos com fretamento de aeronaves na campanha eleitoral deste ano.

De acordo com a representação, assinada pela procuradora eleitoral auxiliar Lígia Cireno Teobaldo, as despesas de R$ 396 mil representam 12,37% do total de R$ 3,1 milhões gastos pelo parlamentar na sua campanha para a reeleição.

O documento elenca diversas irregularidades, consideradas graves pelo órgão ministerial, em relação ao fretamento de quatro aeronaves. Além disso, o MPE aponta outras ilegalidades referentes à prestação de contas do deputado, como documentos de voos, notas ficais e diário de bordo dos pilotos.

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A representação de nº 1.13.000.003568/2022-92 detalha que, em todos os voos elencados na prestação de contas de Câmara, esteve presente um candidato a deputado estadual, identificado como Valdiberto Ribeiro Rocha, do mesmo partido de Silas, mas que não constava o registro da doação estimável em relação ao candidato a estadual.

Valdiberto Rocha também é pastor e presidente da Ordem dos Ministros do Evangelho do Estado do Amazonas (Omeam).

O mesmo problema foi identificado no transporte de outros passageiros, entre eles, o irmão de Silas, o deputado estadual eleito pelo PSC, Dan Câmara.

Para o MPE, os fatos representam violação de um dos dispositivos do artigo da Resolução do TSE, de número 23.607/2019, que veda o repasse de recursos a candidatos de outros partidos políticos.

Na resposta enviada à Justiça Eleitoral sobre a ilegalidade, Silas afirmou que o candidato era integrante da mesma coligação”, o que não foi aceito na análise, uma vez que a “formação de coligações é restrita à eleição majoritária”.

Detalhes

Ainda sobre o fretamento de aeronaves, o documento frisa que a prestação de contas de Silas não discriminou o valor individual de cada trecho, entre outras inconsistências, como o transporte de assessores, sem a presença do deputado numa aeronave com capacidade para nove pessoas, sem justificativa para o fretamento.

O documento enfatiza que, diante dos fatos apresentados, “há gravidade bastante para a cassação do diploma” de Silas e determina que ele apresente defesa no prazo de cinco dias.

A reportagem do Portal AM1 entrou em contato com o deputado, por meio de sua assessoria de comunicação, para solicitar um posicionamento oficial sobre o assunto e aguarda a resposta.