Manaus, 18 de setembro de 2024
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Cenário

Sinésio Campos não convence com apoio tímido a Marcelo Ramos

O presidente estadual do PT tem evitado o palanque de Marcelo Ramos, o que incomoda petistas em Manaus.

Sinésio Campos não convence com apoio tímido a Marcelo Ramos

(Foto: Divulgação/Assessoria)

Manaus (AM) – A esquerda, que já vem dividida em Manaus desde a fase de pré-campanha, tem novo capítulo após as convenções partidárias que oficializaram as candidaturas à Prefeitura de Manaus. Isso porque apoiadores petistas têm questionado o apoio tímido de Sinésio Campos, presidente estadual da legenda, à chapa de Marcelo Ramos e seu candidato a vice-prefeito, Luiz Castro (PDT).

Causou estranheza entre os petistas em Manaus o fato de Sinésio não ter comparecido à convenção da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), formada por PT, PCdoB e PV, no último domingo (4), que oficializou a candidatura de Marcelo Ramos.

O ex-senador João Pedro Gonçalves foi um dos primeiros a se manifestar e questionar a atuação de Sinésio Campos em relação à escolha do presidente Lula (PT) para disputa eleitoral em Manaus. Segundo o militante, a ausência de Campos é “injustificável” dada a proporção da capital e as forças políticas que envolvem a direita.

“O nosso presidente falta justamente na hora em que a gente está juntando forças para brigar contra o bolsonarismo. Esse é o palanque do Lula. E o Sinésio não vir, não participar, não há desculpas. Não tem convenção mais importante, do ponto de vista político, do que a convenção de Manaus”, disse.

Assim como o ex-senador, membros partidários do PT demonstraram insatisfação com a pouca participação de Sinésio desde a convenção do partido em Manaus e endossaram o discurso de João Pedro alegando que a “maior parte” da militância amazonense concorda com os questionamentos do ex-senador em relação à conduta política de Sinésio Campos.

“Ressaltamos que temos lado e o nosso lado é o da defesa da democracia, do campo da esquerda, dos progressistas, do presidente Lula. Essa postura de Sinésio é reincidente e nefasta para o Partido dos Trabalhadores no estado. Aqui citamos os recentes acontecidos nos municípios de Nova Olinda do Norte, Nhamundá, Itacoatiara, Santo Antônio do Iça e Amaturá, onde a atuação arbitrária do presidente estadual esfacelou nossa base partidária para as eleições desse ano, sempre na ânsia de atender os caprichos do governador e pessoais”, diz trecho da nota Construindo Um Novo Brasil, da Amazonas Tendência Interna do PT-AM.

Os correlegionários ainda informaram que acionarão a direção nacional do PT para denunciar a conduta “excludente” de Sinésio e pedirão ações.

Figura conhecida entre a esquerda no Amazonas, o ex-deputado federal José Ricardo e candidato a vereador também demonstrou sua insatisfação com a ausência de Sinésio na convenção do PT.

“O deputado Sinésio é o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores no Amazonas. Tudo bem que tem que acompanhar processos também no interior do Estado, mas aqui na capital é o principal”, afirmou Zé Ricardo.

O petista aproveitou a ocasião para criticar as alianças que Sinésio tem feito no interior, todas alinhadas ao Governo do Amazonas, que seriam prejudiciais ao Partido dos Trabalhadores.

“Espero que ele não fique aí, apoiando a turma da direita, que, aliás, há muitas críticas de alianças que ele está conduzindo no interior, ao invés de promover o partido”, disse.

Um dos exemplos de conflito interno do PT no Amazonas é o desencontro entre os membros do diretório municipal e a direção estadual, de Sinésio, que em julho, ainda na fase de pré-campanha, foi alvo de nota de repúdio do diretório municipal do PT em Itacoatiara, que reprovava o apoio do presidente estadual do partido a Mário Abrahim, da sigla Republicanos.

União Brasil

O apoio do presidente estadual do PT à candidatura do escolhido pelo presidente Lula ganha mais destaque quando se considera que Sinésio, além de ainda não ter participado de nenhum evento público ao lado Marcelo Ramos, compõe a base de aliados do governador Wilson Lima (União), que é presidente estadual do União Brasil e escolheu o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (União), para disputar o comando da prefeitura. Questionado sobre a ausência na convenção e seu de apoio ao nome do PT nas eleições, o parlamentar se limitou a dizer que Ramos é o “candidato do PT”. Além disso, Campos esclareceu a ausência no palanque de Marcelo por, na condição de presidente estadual, ter outros compromissos em municípios do interior.

“Sou presidente estadual [do PT] e tenho 61 municípios e 20 candidatos do PT no Amazonas para conduzir. E cidades acima de 100 mil eleitores, como é o caso de Manaus, quem é o responsável pela condução das eleições de 2024 é a direção municipal de Manaus”, alegou o político.

Questionamento

O Portal AM1 procurou o deputado, via contato de assessoria de imprensa, para indagar a sua ausência no palanque de Ramos; mas até a publicação desta matéria, nem Sinésio ou membros da sua equipe responderam.

 

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