Manaus, 21 de junho de 2024
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Manaus, 21 de junho de 2024

Economia

Startups do setor imobiliário tiveram alta nos últimos 3 anos no Amazonas

Números refletem o destaque do Amazonas em um setor no qual os negócios estão concentrados no Sul ou Sudeste.

Startups do setor imobiliário tiveram alta nos últimos 3 anos no Amazonas

Manaus (Foto: AM1/Arquivo)

Manaus (AM) – No Amazonas, os negócios relacionados ao setor mobiliário tiveram alta (1.308) em relação a 2022 (1.o75), segundo panorama do Sebrae-AM, que envolve Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). Já em relação a 2024, o número de empreendimentos chegou a 1.385.

O órgão ressalta que o cenário é com base nos negócios que são acompanhados apenas pelo Sebrae e que esse número pode alterar pela Junta Comercial do Estado (Jucea).

Segundo o economista Altamir Cordeiro, o mercado imobiliário tem um grande peso no Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, especialmente na cidade de Manaus, que concentra as maiores demandas e por ser a sede do Polo Industrial de Manaus (PIM). No entanto, a construção civil depende muito da situação econômica do país. O que explica o surgimento de novos negócios para o setor.

“Por ser um setor que depende muito de crédito, as taxas de juros influenciam em muito a demanda por novos empreendimentos imobiliários. Sabemos que existe uma grande demanda por imóveis e que somente com a expansão da economia brasileira, o mercado imobiliário pode atender, com ofertas de produtos que atendam esses consumidores. Há demandas reprimidas, aguardando oportunidades e é por isso que startups surgiram no mercado imobiliário para atender às necessidades e identificar as melhores soluções”, explicou.

Inovação

Altamir, que também é vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), destaca que, hoje, a inteligência artificial (IA) é a principal “aliada” das corretoras imobiliárias. “Inovação é a tendência do mercado”, aponta.

“O consumidor já pode verificar como vai ficar seu imóvel mobiliado após a entrega. Os fornecedores personalizam as escolhas dos móveis, pisos, cortinas e eletrodomésticos, por exemplo”, detalha o economista.

Conforme o levantamento do Mapa das Construtechs & Proptechs Brasil 2024, o Brasil tem 1.209 startups com atividades voltadas ao mercado imobiliário. O número representa um crescimento de 13,5% em relação a 2023. Ainda conforme o estudo, a maioria desses negócios (87,1%) está concentrada nas regiões Sul ou Sudeste. Além disso, os pesquisadores ressaltam que o uso da IA impactou significativamente os setores da construção e o imobiliário.

“Se antes a IA era vista como uma tecnologia do futuro distante e inacessível, sua rápida adoção pelas pessoas e empresas a tornou parte integrante de nossas vidas. Hoje, diversos departamentos de uma companhia já são e serão mais impactados pela IA, pois há soluções para automatizar e aumentar a produtividade desde o estagiário até o CEO”, detalha a pesquisa.

Vendas de imóveis

De acordo com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM), o setor imobiliário no estado cresceu 18% em 2023 e as vendas de imóveis novos atingiram recorde de cerca de R$ 1,9 bilhão.

No ano passado, os lucros atingiram R$ 522 milhões no segundo trimestre. No entanto, a Ademi-AM sinalizou para uma diminuição no lançamento de empreendimentos. Dessa forma, foram apenas 23 contra 32 negócios abertos em 2022, uma redução de 42%.

A entidade também citou que os bairros de Manaus que mais contribuíram para o mercado imobiliário em 2023 foram Ponta Negra, Tarumã, Parque Mosaico, Lago Azul, Da Paz e Parque Dez de Novembro.

Já quando se trata de produtos imobiliários vendidos, a pesquisa destaca que 40% foram de vendas de produtos econômicos, classificados no programa do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, enquanto 60% foram de produtos convencionais.

Apesar do desempenho de 2023, Henrique Medina, presidente da Ademi-AM, diz que o ramo imobiliário ainda enfrenta desafios na região, entre eles o número baixo de empresas que atuem nesse tipo de mercado.

“Existem empreendimentos grandes que demoram entre 8 e 11 meses para ter o licenciamento ambiental. Esse prazo é muito longo e, certamente, se nós tivéssemos uma condição melhor, uma burocracia menor para aprovar esses projetos, conseguiríamos disponibilizar mais produtos e esse número atual seria bem maior”, afirmou Medina

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