Manaus, 4 de maio de 2024
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Esportes

Superado por CR7 e Messi, Pelé tem gols em amistosos apagados e reacende polêmica

Em comparação com craques da atualidade, jornais estrangeiros consideram apenas gols marcados pelo Rei em partidas oficiais por Santos, Cosmos e Brasil

Superado por CR7 e Messi, Pelé tem gols em amistosos apagados e reacende polêmica

Foto: Beto Kaulino

Nos últimos meses, a imprensa internacional noticiou que Pelé foi superado por Messi e Cristiano Ronaldo em gols marcados por partidas oficiais. O argentino tornou-se o recordista por uma mesma equipe. E o português, por sua vez, ultrapassou Pelé na estatística que considera jogos por clubes e seleções (liderada por Josef Bican e por Romário). Mas e as outras centenas de gols feitos pelo Rei do Futebol? Não devem ser contabilizados?

Para responder essa pergunta, o Esporte Espetacular deste domingo (10) conversou com jornalistas, adversários e companheiros de clube sobre a legitimidade dos gols anotados por Pelé em amistosos entre as décadas de 1950 e 70

Todos os gols feitos por Pelé valiam, foram gols importantes, que se dava título, meu Deus do céu. Então, não tem como cancelar tudo isso. Um jogo daquela época entre Inter de Milão e Santos era maravilhoso, o público se divertia. Muitas palmas, muita gritaria – disse o brasileiro Jair da Costa, que jogou na Inter de Milão na década de 60 e foi adversário de Pelé por duas vezes em amistosos internacionais.

No último domingo, CR7 balançou a rede duas vezes na vitória da Juventus sobre a Udinese por 4 a 1, pelo Campeonato Italiano, e chegou à marca de 758 gols oficiais na carreira. Segundo a contagem dos jornais estrangeiros, Cristiano Ronaldo ultrapassou Pelé em números oficiais somando as passagens por Sporting, Manchester United, Real Madrid, Juventus e Seleção de Portugal. O feito do gajo reativou o debate sobre a relevância dos amistosos disputados por Pelé e se os gols marcados por ele nessas partidas devem ou não ser contabilizados.

Os números das partidas oficiais tem mais valor, todos sabemos como se jogava nos anos sessenta, setenta, com mais atacantes. A dificuldade que havia não é a mesma dificuldade de hoje. Hoje é muito mais difícil, penso eu, fazer aquilo que eles fazem com as competições que há como a Champions League. Os jogadores daquele tempo tinham espaço para tudo, a defesa não posicionava alto, e os jogadores talentosos tinham espaço e tempo para fazer tudo – afirmou o jornalista português Nuno Luz.

Ano após ano, as marcas alcançadas por Messi e Cristiano Ronaldo são cada vez mais impressionantes, dignas de comparação ao Rei do Futebol. No entanto, os gols marcados por craques do passado em partidas amistosas quase sempre são eliminados de qualquer conta feita por veículos especializados em estatísticas. Trazendo desvantagem em qualquer tipo de comparação com jogadores da atualidade. A contextualização das épocas e explicar o porquê de tantos amistosos do Santos, que deixava de lado até a Libertadores para rodar o mundo, é importante, conta o jornalista Odir Cunha.

Não são as estatísticas que criam os ídolos do futebol, são os jogos, as grandes exibições. E o Santos de Pelé que começou excursionar pela Europa em 1959, foi até 1973, ele foi assistido ao vivo no campo por milhões de pessoas. Eram jogos que causavam grande comoção e por isso tem mérito muito maior que joguinho de campeonato regional. Muitos desses jogos chamados amistosos eram verdadeiras batalhas, eram guerras entre mundos, entre o mundo Sul-americano contra os europeus. Todos nós admiramos esses jogadores, Messi, Cristiano Ronaldo. Não queremos tirar o mérito deles. Mas acho que muitos historiadores europeus estão querendo tirar o mérito de Pelé.

(*) Com informações do Globo Esportes