Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Economia

Trabalhadores do PIM temem demissões com atraso de insumos por conta da seca

Devido à estiagem, o transporte fluvial deixou de escoar mercadorias para o Polo Industrial de Manaus, motivo esse que pode paralisar a produção de mercadorias.

Trabalhadores do PIM temem demissões com atraso de insumos por conta da seca

Polo Industrial de Manaus (Foto: Divulgação/Suframa

Manaus (AM) – A fabricante de motocicletas Yamaha paralisou, nesta segunda-feira (16), a sua linha de produção no Polo Industrial de Manaus (PIM) por falta de peças. A informação foi revelada por um dos funcionários da fabricante ao Portal AM1.

O colaborador disse que, devido à seca no Amazonas, a empresa não tem recebido as peças essenciais para montar os seus produtos, como motocicletas e motor de popa, muito utilizados na região, que chegam ao estado por meio do transporte fluvial, que já é um trajeto difícil e, com a vazante do rio Negro, complicou-se mais ainda.

Na próxima quinta-feira (19), segundo o colaborador, haverá uma reunião para dar férias coletivas ou demitir os colaboradores caso as peças não cheguem ao estado para dar prosseguimento à produção. Ao ser procurada pela reportagem, a Yamaha afirmou que, por enquanto, não há nada a declarar.

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) também foi procurada pela reportagem para saber se já estava ciente dessa paralisação e possíveis demissões na fabricante, e esta, por sua vez, informou que essas decisões são restritas a cada fabricante.

Na semana passada, ao ser questionado se a crise da seca no Amazonas poderia prejudicar a produção das motocicletas no estado, o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, disse que todas as fabricantes estavam trabalhando para minimizar os impactos da produção e escoamento dos produtos, no entanto, a seca já encarecia o preço do frete dos produtos. E hoje, a fabricante de motocicletas deu pausa às montagens dos produtos.

Fecomércio

A Fecomércio Amazonas realizou nesta segunda-feira (16) uma reunião com representantes de portos, terminais e transporte intermodal para discutir a estiagem no Amazonas que atingiu, hoje, o menor nível da história. O objetivo da reunião foi encontrar ações paliativas para minimizar os impactos da estiagem e sensibilizar as autoridades.

Os pontos apresentados como urgentes na reunião foram a dragagem da foz do Rio Madeira e a reconstrução da BR-319, rodovia que desempenha um papel vital na integração com o restante do Brasil, facilitando o transporte de mercadorias e pessoas, além de viabilizar o escoamento da produção agropecuária, industrial e comercial.

A dragagem foi uma solução apresentada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, como medida para enfrentamento à estiagem. O vice-presidente anunciou R$ 138 milhões de investimento para a dragagem em sua visita ao Estado no início do mês. Porém, até o momento, nada aconteceu, um dos motivos de reclamação dos empresários que precisam do rio para transportar suas mercadorias.

Nível do rio Negro

Nesta segunda-feira, o Porto de Manaus divulgou a medida do nível do rio, que atingiu 13,59 cm, superando a seca de 2010, e tornando esta a pior da história.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a região amazônica está passando por um processo de seca severa, com chances de seus efeitos e impactos serem repercutidos em 2024, em razão do processo de El Niño, que provavelmente atingirá seu ápice ao final de 2023, impactando o período chuvoso na região e possivelmente resultando em anomalias negativas de precipitação na região.

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