Manaus (AM) – Manaus é uma cidade cortada por vários igarapés, a maioria deles foi sinônimo de diversão para as gerações mais antigas da cidade. Entretanto, hoje, estão completamente “mortos”, devido ao grande nível de poluição. Um deles é o Igarapé do 40, que carrega o título de mais poluído na área, conforme a diretora técnica do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Rosa Mariete Geissler.
Além da contaminação orgânica, conforme a diretora técnica, o igarapé possui alta contaminação por metais pesados.
“Na época que foi implantada a Zona Franca de Manaus (ZFM) as empresas não tinham estação de tratamento, então todo o afluente ia para o igarapé do 40. Com isso, o igarapé tem alta concentração de metais pesados de todos os tipos”, frisa a pesquisadora, acrescentando que o igarapé do Mindu fica logo atrás, porém a contaminação dele é mais orgânica, como de esgotos que são direcionados para ele.
De acordo com Rosa Mariete Geissler, um dos grandes causadores dessa poluição é a falta da rede de esgoto. “Tem que implantar redes de esgoto na cidade para poder sanar esse problema”, pontua.
Atualmente, o único igarapé considerado limpo em área urbana da capital amazonense é o da Água Branca, localizado no Tarumã, zona Oeste. Entretanto, devido ao crescimento populacional, a pesquisadora faz um alerta:
“Se não for feito um trabalho muito urgente por parte dos governos em relação a questão de saneamento básico, não temos como garantir quanto tempo água branca vai está com índice de proteção, pois a cidade está crescendo para aquele lado, o avanço que se dá essa aceleração do crescimento não venho falar. Mas se não tiver atitude urgente de implantação do saneamento básico, de fato, é doloroso falar, mas ele, possivelmente, será o próximo a ser contaminado”, alerta.
Lixos retirados dos igarapés
Conforme o secretário da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Sabá Reis, diariamente, a prefeitura realiza o trabalho de retirada de resíduos sólidos em toda orla da cidade.
“Cerca de 700 toneladas são retiradas mensalmente do leito dos rios e igarapés da cidade, mas a população precisa nos ajudar nessa busca por uma cidade mais limpa, pela preservação do nosso meio ambiente. Se a população nos ajudar, vamos parar de gastar recursos que poderiam ser investidos na melhoria da cidade. A prefeitura está fazendo a sua parte e a população precisa fazer a dela”, disse Reis.
São 60 quilômetros de orla percorridos para a realização desse serviço. Áreas como Manaus Moderna, Panair, igarapé do Franco, igarapé do 40, marina do Davi, porto da Companhia Energética do Amazonas (Ceam), praia da Lua, e ainda regiões rurais, como comunidades do Livramento, Julião, Abelha e Nossa Senhora de Fátima, recebem ações da prefeitura.
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