Manaus, 25 de abril de 2024
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Economia

WhatsApp negocia com BC liberação de pagamentos via app para empresas

Recurso de transferências bancárias via WhatsApp para empresas ainda segue em processo de autorização por parte do Banco Central

WhatsApp negocia com BC liberação de pagamentos via app para empresas

Foto: Reprodução/CanalTech

BRASÍLIA, DF – Duas semanas após o anúncio de transferência de dinheiro entre usuários do WhatsApp, o Facebook, dono do aplicativo, voltou a se reunir com o Banco Central do Brasil (BC) para negociar a liberação do P2M, sigla para pagamento entre pessoas e empresas.

Nesta segunda-feira (17), representantes das áreas de política, estratégia, produto e pagamento da big tech participaram de duas videoconferências com a autoridade monetária. William Cathcart, presidente global do WhatsApp, reuniu-se com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Matthew Idema, chefe operações do aplicativo, encontrou-se com João Manoel de Mello, diretor de organização do sistema financeiro.

Procurado, o WhatsApp diz que não há previsão para o lançamento do novo recurso.

Barrado no ano passado pelo BC, o pagamento pelo aplicativo é um pleito da empresa para garantir a transação entre pessoas físicas e comerciantes, em especial pequenos lojistas, que passaram a usar a plataforma de mensagens para vender produtos e entrar em contato com os clientes durante a pandemia.

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Segundo o Facebook, mais de 175 milhões de pessoas usam o WhatsApp diariamente para enviar mensagens a marcas. O Brasil é o segundo maior mercado para o aplicativo, com 120 milhões de usuários, apenas atrás da Índia, que tem 400 milhões.

Quando anunciou o recurso, há cerca de um ano, a estratégia do WhatsApp era cobrar uma taxa de 3,99% do comerciante a cada transação financeira. É provável que o aplicativo mantenha o plano de pedir uma comissão por compra -criando uma frente para a monetização do app, que é gratuito e não tem anúncios como as redes sociais Facebook e o Instagram.

Assim como a transferência entre usuários, o pagamento entre clientes e empresas seria triangulado com o Facebook Pay (recurso de pagamentos do Facebook) e a Cielo, processadora das transações. Paulo Caffarelli, presidente da Cielo, já fez declarações indicando que a liberação deveria ocorrer neste ano.

Autorização

O processo de autorização de pagamentos por meio do WhatsApp é examinado pelo BC há mais de um ano. Em junho, o BC e o Cade travaram a liberação. O argumento era que se tratava de um aplicativo de alto alcance, com grande número de usuários, e por isso precisaria passar por processo de autorização.

Houve especulação no mercado de que o BC teria acatado uma reclamação dos grandes bancos privados sobre a solução e, ainda, barrado o serviço para proteger o Pix, sistema de pagamentos instantâneos da autoridade monetária que foi lançado depois, em novembro de 2020. A autoridade monetária negou.

Na época, os chamados arranjos de pagamentos só precisavam do aval do BC se tivessem volume de movimentação superior a R$ 500 milhões por ano. Em abril deste ano e o valor passou para R$ 2 bilhões.

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Em março, quando foi liberada a transferência de dinheiro entre pessoas, a autoridade monetária informou que o aval para os usuários façam pagamentos pelo WhatsApp seguia em análise.

“As autorizações de hoje não incluem os pleitos da Visa e da Mastercard para funcionamento dos arranjos de compra vinculados ao Programa Facebook Pay, que seguem em análise no BC”, afirmou a autarquia à época, em nota.

O BC autorizou transferências bancárias entre usuários do aplicativo após nove meses de tratativas. Para liberar o serviço, a instituição incluiu o Facebook na categoria de iniciador de transações de pagamentos, uma espécie de instituição de pagamentos, que permite o repasse de dinheiro entre CPFs.

(*) Com informações da Folhapress.