“Infelizmente, o gosto do remédio é amargo, mas necessário”. Essa é a avaliação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM), Marco Aurélio Chóy, sobre as novas medidas de enfrentamento à pandemia da covid-19, adotadas pelo Governo do Estado do Amazonas. Ele apoia o novo decreto do governador Wilson Lima, que restringe atividades comerciais não essenciais por 15 dias.
“Registro o quão difícil deve ser governar nestes tempos de guerra. Se libera geral, o governante será alvo de severas críticas. Se restringe, também será alvo de uma tempestade de críticas!”, iniciou o texto publicado em suas redes sociais, neste sábado (26).
O presidente da entidade destacou que, neste momento difícil, visto como a maior tragédia desta geração, o que deve prevalecer é o respeito à vida e ao trabalho dos profissionais de saúde, muitos, já esgotados em função da atuação na linha de frente.
Na postagem, Choy também reforça que o avanço e a contenção da doença no Amazonas foram amplamente debatidos entre as autoridades locais.
“Participamos juntamente com diversas entidades do Setor Produtivo de varias reuniões para discutir o formato e o enfrentamento da questão da covid19 no Estado, na busca de uma solução de consenso. Ressalto a transparência e a sinceridade do governador no trato da questão, infelizmente o gosto do remédio é amargo, mas necessário”, argumentou.
Ele segue o texto lamentando a morte de profissionais da OAB-AM em decorrência da covid-19. “Perdi a conta de quantas notas de pesar emitimos em favor de advogados e advogadas perdidos em batalha, neste triste ano de 2020”.
Choy finaliza a postagem pedindo união e conscientização de todos quanto às medidas de enfrentamento à pandemia. Ele também se manifestou favorável ao início da vacinação contra a doença.
“Renovem-se as esperanças da vacina urgente, da conscientização do povo quanto às medidas de segurança e que Deus ilumine nossos governantes para o caminho certo, aqui não deve ter “Fla x Flu”, situação x oposição, esquerda x direita. Aqui deve ter responsabilidade pelas vidas!”.
Restrição gradual
Em nota, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio AM) se manifestou sobre o decreto nº 43.234, de 23 de dezembro de 2020 e afirmou que “entende a preocupação do governo estadual e se solidariza na busca em preservar a saúde da população, interrompendo o aumento no número de infectados e de mortos pelo coronavírus.”
No entanto, a entidade propõe a restrição de forma gradual e não em sua totalidade das atividades comerciais não essenciais, já que o comércio tem se adequado a todos os protocolos de segurança.
Com isso, a Fecomércio, que tem como presidente o empresário Aderson Frota pede que os trabalhadores do setor mantenham os cuidados e “assegura que manterá o diálogo com o governo estadual, no intuito de mitigar os impactos das medidas restritivas sobre a atividade comercial”, diz em um trecho.
Naturalidade
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas ( Crea-AM), Afonso Lins, declarou ao Portal AM1, por meio de assessoria de imprensa, que recebe com naturalidade o decreto governamental. “Importante destacar que a engenharia é apontada como atividade essencial, com o funcionamento autorizado”, diz.
“O Crea-Am lamenta a perda de tantas vidas durante esta pandemia e se solidariza com familiares e amigos na esperança de que tudo seja superado em 2021”, completou.
Já o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas (FCDL-AM), Ezra Azury Benzion afirmou a reportagem que a entidade só deve se pronunciar na próxima segunda-feira (28), após avaliação dos impactos do decreto no setor comercial.
A reportagem também procurou os representantes da indústria e de outras atividades econômicas para comentar o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.