Manaus/AM – O tabuleiro do xadrez da direita no Amazonas segue com as peças em movimento. E ganhou um nome até então inesperado: o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Após ser ovacionado pelos apoiadores do presidente em Manaus, durante a inauguração do Centro de Convenções Vasco Vasques, o próprio grupo começou a levar a sério o nome do general, em que pese ele ter sido trasnferido essa semana para Brasília e em que pesem as investigações contra ele na CPI da Saúde a ser instalada a partir de terça-feira, e presidida por Omar Aziz (PSD), potencial adversário de ambos nas urnas.
“Se ele vier para o governo, eu venho para o Senado. Ou vice-versa”, disse o Coronel Menezes, nome mais colado a Bolsonaro no Amazonas, de quem foi superintendente da Suframa antes de se candidatar e perder para prefeito de Manaus, com apoio de Bolsonaro. Menezes é nome certo nas urnas, mas enquanto estudam onde vão se colocar nas trincheiras, os miliares apontam sua metralhadora para Omar Aziz.
CPI DA COVID
Desde o período das eleições para a Prefeitura, Menezes mira Aziz como alvo preferencial. Certo de que perdeu a vaga na Suframa por articulação do senador do PSD, Menezes afirma que sonha concorrer com Aziz para decretar o “fim da carreira de uma escola de políticos” que, de acordo com ele, não ganham mais eleição no Amazonas.
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Já Omar reapareceu no cenário e estará na vitrine nos próximos 90 dias, como presidente da CPI da Covid. “Mas se não cuidar direito da vitrine ela pode quebrar”, avalia o senador, criticado por ter o nome envolvido na Operação Maus Caminhos que levou o ex-governador José Mello para a cadeia, e ainda assim ser escolhido para comandar a Comissão que vai investigar justamente as ações da pasta comandada por Pazuello, escolhido de Bolsonaro, presidente compadre e “amigo de 40 anos” de Menezes, como ele mesmo não se cansa de anunciar.
Omar pode se destacar no comando da CPI e surgir como nome forte ao Governo do Amazonas? Pode se colocar em posição de liderança e abrir a caixa-preta da pandemia se favoritando para a reeleição ao Senado? Pode, com um único tiro, derrubar Pazuello e Menezes? Ou pode se por na linha de tiro e se alvo preferencial por mexer na casa de marimbondo do Planalto?
“A CPI não vai caçar pessoas, mas investigar fatos”, garante o senador, que emenda. “Por que o Brasil não comprou as vacinas da Pfizer? Isso foi mal explicado.” A partir de terça-feira começa uma nova etapa do jogo. A CPI da Covid inicia as investigações, munida de Renan Calheiros (MDB) na relatoria e Randolfe Rodrigues (REDE) na vice-presidência.
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