
(Foto: Gabriel Alves/Portal AM1)
Manaus (AM) – Durante entrevista ao Programa Cenário Político, do Portal AM1, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez duras críticas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), acusando o órgão de atuar contra os interesses da população da região Norte e de ser “aparelhado” por ativismo político ligado ao governo federal.
Segundo Plínio, o Ibama é o principal entrave para o avanço das obras da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho.
“O Ibama é quem nos impede de ter a estrada aberta, uma estrada que existe desde 1919. O órgão deveria ajudar o governo, não atrapalhar”, afirmou o senador.
O parlamentar citou uma entrevista do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e criticou o que considera uma resistência interna ao projeto.
“Ele [Agostinho] disse que o Ibama está acostumado a trabalhar sob pressão. E ressaltou que todos os funcionários são concursados. Mas sabe por que são concursados? Porque, lá atrás, treinaram pessoas para ocupar essas vagas. Aparelharam o Ibama, a Funai, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas”, disse Plínio.
Plínio Valério também afirmou que esses servidores formam uma estrutura ideológica que age de maneira coordenada para impedir projetos estratégicos da região Amazônica.
“É esse pessoal que enfrentamos. E ser odiado por eles é o preço que se paga por cumprir uma missão”, concluiu o senador.
Quem é Rodrigo Agostinho?
Rodrigo Agostinho é biólogo, advogado e ex-deputado federal por São Paulo (PSB), onde presidiu a Comissão de Meio Ambiente. Foi nomeado presidente do Ibama em fevereiro de 2023 pela ministra Marina Silva. Possui ampla formação em ecologia, direito ambiental e políticas públicas, com diversos cursos de pós-graduação. Atuou por mais de 10 anos no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Já havia iniciado sua trajetória no Ibama como estagiário nos anos 1990.
O que diz o Ibama?
O Portal AM1 questionou o Ibama sobre como o órgão responde à crítica do senador Plínio Valério, que afirmou que o instituto é o principal obstáculo para o avanço das obras da BR-319.
O órgão também foi indagado sobre como responde à acusação de que teria sido “aparelhado” politicamente por ativistas ligados ao governo federal? Há critérios de imparcialidade e meritocracia na seleção e atuação dos servidores? Como o Ibama garante isso?
O Ibama foi questionado se já conduziu auditorias internas ou foi auditado por órgãos externos para avaliar a influência política em suas decisões técnicas?
Plínio diz que o presidente do Ibama teria dito que “os funcionários são concursados” e “acostumados à pressão”. Diante disso, o Portal AM1 questionou o Ibama sobre qual o contexto exato dessa fala e qual a interpretação institucional dela? Há algum posicionamento oficial do Ibama sobre a fala de seu presidente em relação à pressão política e atuação do órgão?
A reportagem aguarda os esclarecimentos do órgão sobre os questionamentos acima.
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