Foto/Montagem: Reprodução e Dhyeizo Lemos/Semcom
O cientista Lucas Ferrante, responsável pelo estudo que prevê uma terceira onda de covid-19 no Amazonas, desmentiu o prefeito David Almeida (Avante), nessa quarta-feira (10), após o administrador afirmar que o estudo em questão havia sido realizado com apenas cinco pessoas.
“Hoje, em uma coletiva de imprensa, o prefeito de uma forma falaciosa disse que o nosso estudo contemplava apenas cinco casos. Não. O nosso estudo é um modelo epidemiológico matemático, onde nós consideramos todos os suscetíveis de Manaus: os recuperados e os expostos. Dessa forma, todo o nosso resultado, ontem, foi mostrado aos deputados, demonstrando que Manaus corre risco de uma terceira onda”, disse o biólogo.
Ferrante destacou que detalhes do estudo foram apresentados aos deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), na terça-feira (09), no entanto, a pesquisa, na íntegra, ainda não pode ser divulgada por conta de um contrato de confidencialidade com a revista científica na qual ela será publicada.
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O Portal AM1 teve acesso ao novo artigo científico que foi realizado com base nos dados da Fundação de Vigilância de Saúde do Amazonas (FVS-AM), e comprova a sua existência. Ele é assinado pelo mesmo grupo de pesquisadores que apontou a segunda onda em um estudo publicado na Nature Medicine, em agosto do ano passado.
Veja a resposta na íntegra:
Para o pesquisador, o posicionamento do prefeito de Manaus “só coloca a população mais uma vez em risco”. Ele acrescenta que o negacionismo da terceira onda e as polêmicas envolvendo as fraudes na vacinação precisam ser questionados pelos órgãos públicos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU).
Ferrante, que é mestre em Biologia e Doutorando do Programa de Biologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), alerta que, em uma 3° onda, há a possibilidade de os casos de reinfecção serem extremamente maiores e o perfil dessa nova cepa, traçado pelo estudo, mostra uma taxa de transmissão duas vezes maior do que a linhagem que já circula no estado.
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“Quem teve contato com a primeira linhagem não teve resistência contra a P1 (nova variante), então isso mostra que os casos de reinfecção serão extremamente grandes, então nós já prevemos que deve ocorrer uma terceira onda a partir de março, onde o distanciamento dessa terceira onda vai depender da quantidade de isolamento social que é empregada no estado do Amazonas agora”, explicou.
A solução segundo o pesquisador, seria um lockdown de 20 dias a um mês, e a vacinação em massa da população, contudo, as medidas extremas não foram bem recebidas pela Prefeitura de Manaus.
Assista à apresentação do biólogo na ALE-AM:
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