Manaus, 26 de abril de 2024
×
Manaus, 26 de abril de 2024

Cidades

David Almeida rebate cientistas sobre 3ª onda da covid-19 em Manaus e descarta lockdown

Segundo o prefeito de Manaus, David Almeida, essas previsões são infundadas, uma vez que não possuem comprovação científica

David Almeida rebate cientistas sobre 3ª onda da covid-19 em Manaus e descarta lockdown

Foto: Márcio Silva/Portal AM1

O prefeito de Manaus, David Almeida, rebateu, nesta quarta-feira (10), as declarações de cientistas que alegam a possibilidade de uma 3ª onda da covid-19 na capital amazonense. Segundo o gestor, essas previsões são infundadas, uma vez que não possuem comprovação científica.

A declaração foi dada em coletiva de imprensa durante lançamento do programa Auxílio Manauara, na sede da Prefeitura de Manaus.

Esse alerta da 3ª onda da covid-19 em Manaus ganhou força nessa terça-feira (9), quando o cientista e biólogo Lucas Ferrante, responsável pelo artigo “Políticas do Brasil condenam a Amazônia a uma segunda onda de covid-19”, fez um pronunciamento na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), durante a sessão de ontem, avisando sobre o que Manaus ainda pode enfrentar nos próximos meses.

Leia mais: Cientistas alertam para 3ª onda da covid-19 no AM: ‘prevemos um resultado ainda pior’

A recomendação do cientista é de estabelecer medidas mais restritas que as atuais, como o lockdown ou fechamento do aeroporto – pelo período de 90 dias – além da vacinação em massa de 70% da população.

Hoje, David Almeida esclareceu que já estava ciente dessa informação, uma vez que Lucas Ferrante já havia entrado em contato com o prefeito para uma reunião sobre o assunto. Foi nesse encontro, segundo Almeida, que ele verificou serem infundadas e sem comprovação as alegações do biólogo.

Leia mais: Prefeitura nega início de vacinação de agentes funerários contra covid-19 em Manaus

“Esse rapaz, esse cientista mandou um zap [sic] para mim e eu fui ouvi-lo. Chamei dois cientistas médicos, já que ele vai falar comigo e eu não tenho conhecimento científico. E ele falava de fazermos um lockdown de 90 dias, sem ninguém sair de casa, que a cada mês, 30 dias, diminuiria 10% da mortandade”, disse o prefeito.

“Ele fez um estudo e disse que era com uma universidade de Minas Gerais, Inpa, e tal. E os meus pesquisadores fizeram três perguntas para ele. ‘Com quantas pessoas você fez o seu estudo?’. Ele fez com cinco pessoas, segundo ele, não disse quem. Não disse qual estado, se era média, grave ou se era assintomático”, continuou.

“Aonde [sic] você publicou? Não publiquei em lugar nenhum. Qual a comprovação cientifica do que você está falando?’Aí, você pede para fechar 30 dias. Mais algumas perguntas foram feitas para ele. E eu tive que sair da sala e deixei meus técnicos. Então, a informação precisa ser dada com clareza. A população não aguenta mais a questão de você estar em isolamento”, afirmou David Almeida.

O prefeito também disse que a ocorrência da 2ª onda não é uma novidade, visto que ‘todas as pandemias mundiais tiveram segunda onda’.

“Imagina, 90 dias e a cada 30 dias diminuir 10%. ‘Ah, porque eu avisei da segunda onda’, segundo ele. Mas como? Meu cientista disse que todas as pandemias mundiais tiveram segunda onda, você não fala nenhuma novidade. Foram essas três perguntas que fizemos. E, por isso, nós não acatamos as suas recomendações”, disse.

Vacinação em massa

Sobre a vacinação em massa, David disse que isso já está sendo feito e ressaltou que Manaus é referência em vacinação, se comparada com as demais cidades do Brasil.

“Com relação a 3ª onda, que vai diminuir, é exatamente o que nós estamos fazendo: vacinação em massa. Enquanto o Brasil está vacinando 80 anos, nós já estamos vacinando e finalizando 70 anos […] Não é a prefeitura que determina quais serão os grupos que serão vacinados. O Ministério da Saúde, os órgãos de controle priorizam alguns grupos e nós estamos seguindo exatamente isso. O que cabe à prefeitura é a execução e na execução, a Prefeitura de Manaus é a primeira do Brasil, é a referência”, disse.

A dificuldade, segundo Almeida, é a oferta de vacinas que ainda é baixa e que isso deverá melhorar quando os insumos para fabricação das doses chegarem ao Brasil.

“Em relação a comprar vacinas, nós temos recursos. Mas não existe vacinas para serem compradas. Não existe oferta. Hoje, recebi uma oferta, mas muito longe, só daqui há três meses. Pelos insumos que estão chegando ao Brasil e com a fabricação aqui no Brasil por dois laboratórios e o advento da vinda da Sputnik V, nós vamos ter uma oferta maior de vacinas. O povo precisa de vacina, mas nós temos limitações. Se tiver para vender, a prefeitura vai comprar”, finalizou.