Advogado Euler Barreto Carneiro foi preso pelo DRCO por vender informações sigilosas (Foto: Divulgação)
O advogado Euler Barreto Carneiro e um estagiário de Direito foram presos na manhã desta segunda-feira, 15, pelo Departamento de Repreensão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). O fato aconteceu no escritório do investigado, localizado na rua Atenas, no bairro Planalto, na zona Centro-Oeste de Manaus.
As prisões foram resultados da operação “Spy”, que investiga o advogado Euler Barreto por vender informações sigilosas para narcotraficantes de Manaus. A operação foi acompanhada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM), o advogado Marco Aurélio Choy.
Conforme as investigações, o vazamento das informações ocorria há um ano. O advogado Euler Barreto contava com ajuda de um estagiário que trabalhou na Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) que, por meio de uma senha, conseguia ter acesso aos processos em segredo de Justiça e repassava os conteúdos coletados para o advogado.
De acordo com o delegado Rafael Allemand, titular do DRCO, durante os trabalhos foram cumpridos quatro mandados de prisão, sendo dois de prisão e dois de busca e apreensão.
“Eles pegavam informações que estava com sigilo judicial, identificava os autos nessas operações, entrava em contato com esses alvos e depois passava todo o andar das investigações, lógico, em troca de uma contraprestação”, disse o delegado Rafael Allemand.
Escritório do advogado no bairro Planalto (Foto: Divulgação)
Entre os processos acessados pela dupla está do traficante Thiago Monteiro da Silva, 35, conhecido como “Thiago Mineiro”, que foi preso no dia 3 de junho deste ano pelo DRCO, juntamente com a esposa, identificada como Stheffany Barbosa Vasconcelos, 27.
Segundo a polícia, “Thiago Mineiro” é apontado como líder de uma facção criminosa e um dos maiores distribuidores de drogas do Amazonas. Ele pagou R$ 40 mil ao advogado Euler Ribeiro para ter acesso às informações sigilosas.
A dupla foi indiciada por obstrução de investigação de organização criminosa, vazamento de conteúdo sigiloso de interceptação telefônica, extorsão e associação criminosa. Eles foram levados para o Batalhão de Guarda da Polícia Militar do Amazonas.
A autoridade polícia informou, ainda, que outros envolvidos no esquema estão sendo investigados. O DRCO faz levantamentos em todas as delegacias do Estado para obter quantos processos foram acessados.
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