O governador Wilson Lima (PSC) voltou a defender o secretário de Segurança Pública (SSP-AM), Louismar Bonates, após a repercussão nacional de uma investigação da Polícia Federal(PF) que aponta ligação do titular com grupos de extermínio no Amazonas.
Para Lima, as matérias veiculadas na Folha de S.Paulo e Jornal Nacional são antigas e sem material comprobatório. “Estou muito tranquilo em relação a isso, a matéria faz referência a episódios que aconteceram há mais de uma década. O próprio Ministério Público diz que não há indícios de que o meu secretário cometeu algum tipo de crime, então estou muito tranquilo”, declarou.
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Secretário da SSP-AM já foi acusado de ajudar FDN em presídios
Interceptações telefônicas da Polícia Federal, em 2005, apontam envolvimento entre o secretário e Felipe Arce Rio Branco – tenente-coronel e ex-chefe do serviço de inteligência da PM – que foi condenado a 33 anos de prisão pela morte do ex-policial civil, Santos Clidevar Lima.
Segundo as ligações, Arce e Bonates realizavam encontros em um sítio, onde participavam suspeitos de integrarem um grupo de extermínio. Além disso, as gravações também apontam o envolvimento do secretário da SSP e Arce com o então deputado Wallace Souza (1958-2010), suspeito de mandar matar pessoas para aumentar audiência do programa de TV “Canal Livre”.
Titular da SSP alvo de mais uma operação da PF
Em 2015, a Polícia Federal deflagrou a Operação ‘La Muralla’ que revelou a organização e estrutura da facção criminosa Família do Norte (FDN). No relatório da operação, a PF apontou que Bonates, à época secretário da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), teria se encontrado com o líder da FDN, o traficante ‘Zé Roberto da Compensa’, e negociado o controle dos presídios.
O relatório foi enviado ao Ministério Público para denúncia, porém o órgão alegou que o documento “não reunia informações suficientes sobre crimes da esfera estadual” e por isso encaminhou à Polícia Civil para que fosse aberto um inquérito.
Até o presente momento, o MP aguarda o resultado da investigação policial para tomar as providências cabíveis. Três promotorias acompanham o caso.
Com os massacres ocorridos em junho, as denúncias voltaram à tona pelo jornal Folha de S. Paulo. Na época, Wilson também defendeu Bonates e limitou-se a dizer que o secretário não respondia a nenhum processo judicial e também não era alvo de investigação do Ministério Público.
Questionado se falou com Bonates sobre as conversas que teriam sido realizadas com um dos líderes da FDN, o governador disse apenas que ‘não tinha detalhes’ e que nunca conversou sobre o assunto.
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