Manaus, 4 de maio de 2024
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Manaus, 4 de maio de 2024

Cidades

AM registrou 1,7 mil casos de estupro de vulnerável nos últimos anos

De acordo com dados da SSP-AM, também foram registrados 922 casos de exploração sexual nos últimos três anos.

AM registrou 1,7 mil casos de estupro de vulnerável nos últimos anos

Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Foto: Divulgação/ SSP)

Manaus (AM) – O Amazonas registrou 1.747 casos de estupro de vulnerável entre os anos de 2020 e 2022, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). Crianças e adolescentes estão entre as vítimas.

De janeiro a março deste ano, contudo, houve uma queda nos números de casos registrados em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2022, foram registrados 144 casos, neste ano foram 94, no mesmo período.

Dados: SSP-AM

Ainda de acordo com as estatísticas da SSP-AM, nos últimos três anos também foram registrados 922 casos de exploração sexual, que envolvem crimes como corrupção de menores e favorecimento à prostituição. O ano em que houve maior incidência dos crimes foi 2022, com 421 casos.

Por pessoa vulnerável, são consideradas como vítimas: pessoas menores de 14 anos, pessoas com enfermidade ou deficiência mental e pessoas que, por qualquer causa, não possam oferecer resistência.

Cuidado e prevenção

A psicóloga clínica Raquel Lemos, especialista em terapia cognitiva comportamental, ressalta que é importante que toda a sociedade se mobilize para prevenir os casos de abuso ou exploração sexual de jovens e adolescentes. Uma das formas de combater os crimes é estar atento aos sinais que as vítimas podem apresentar.

“A criança vai apresentar agressividade, um comportamento isolado. Muitas vezes, ela tem um medo fora do normal, dor no corpo, febre. Quando a gente conhece o nosso filho, a gente consegue identificar que tem um comportamento ali fora do padrão”, afirmou.

Quanto aos adolescentes, ela afirma que os sinais são um pouco diferentes: “Muitas vezes, por falta de conhecimento ou medo de julgamento da sociedade, o adolescente se sente culpado. Ele pode apresentar isolamento e automutilação também é muito comum como uma forma de se punir”, explicou a especialista.

A psicóloga pontua que a melhor ferramenta para combater o avanço dos abuso é a comunicação e o diálogo. Sendo assim, pais e responsáveis devem conversar com os filhos sobre o assunto.

“Os pais precisam falar sobre a questão da sexualidade. A sociedade não entende que isso não induz, ao contrário, isso vai fazer com que a gente previna muitos casos. A criança precisa entender que ninguém pode tocar no corpo dela sem permissão”, afirmou.

A especialista, também, ressalta que construir uma relação de confiança, respeito e amor com os filhos é essencial.

Campanha Faça Bonito

A Lei Federal 9.970/00 estabeleceu o dia 18 de maio como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, em referência à Araceli Crespo, que teve seus direitos humanos violados e foi assassinada aos 8 anos.

A data, em homenagem a Araceli, tem como objetivo ampliar a conscientização sobre o combate à exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Neste mês, o governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e a Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) intensifica as ações de orientação e conscientização.

Este ano, já foram mais de 10 casos recebidos pelo Disque 100, envolvendo vítimas de 0 a 17 anos e mais de 66 atendimentos só nesse primeiro trimestre. Os registros de ocorrências mais frequentes são de maus tratos, crianças e adolescentes em situação de rua, exploração e trabalho infantil.

A Sejusc integra a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente junto a órgãos municipais e estaduais. A secretaria é responsável pela coordenação das denúncias recebidas pelo Disque 100. Após o atendimento, a secretaria realiza a condução dessas demandas até as unidades de serviços competentes para o  acompanhamento dos casos.

As denúncias de violações são encaminhadas para os órgãos competentes, como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Conselho Tutelar, a SSP-AM, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e, em casos de violação de direitos e cidadania, as demandas são levadas para a Delegacia Especializada de Proteção à Crianças e Adolescentes (Depca). 

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