Manaus, 19 de abril de 2024
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Manaus, 19 de abril de 2024

Cidades

Instituto mapeia a realidade sobre a violência contra a mulher

Mais de 1,2 milhão de mulheres sofreram violência no Brasil entre 2010 e 2017. Em Manaus só no primeiro semestre deste ano foram registrados 13 mil casos

Instituto mapeia a realidade sobre a violência contra a mulher

Em inúmeros casos mulheres são agredidas pelos companheiros

Assassinada a pauladas pelo próprio marido, Aline Pâmela Machado, 26, não teve a menor chance de se defender. Maria da Conceição, mesmo com medida protetiva também não pôde impedir a ação do ex-marido que a matou com duas facadas. Esses são alguns dos casos de violência contra a mulher que aconteceram neste ano no Amazonas, porém mostram apenas um recorte dessa violência que cresce diariamente no Estado.

De acordo com os dados compilados pelo think tank, e divulgados na plataforma EVA (Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas), do Instituto Igarapé, ao menos 1,23 milhão de mulheres foram atendidas no sistema de saúde brasileiro vítimas de violência entre 2010 e 2017. E o agressor é, em 90% dos casos, uma pessoa próxima da vítima, e 36% das vezes, o próprio parceiro.

Em Manaus, no ano passado, foi registrado 25,3 mil casos de violência doméstica. E só no primeiro semestre deste ano, foram registrados 13 mil casos de violência doméstica. Os dados que foram divulgados em agosto pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) revelam o crescimento de 11%  nos casos em relação ao mesmo período do ano passado.

Os crimes, muitas vezes cometidos pelos próprios companheiros das vítimas, vão se somando a inúmeros outros casos e resultam em números exorbitantes. Por vezes, as vítimas não sobrevivem a agressão. Em outras situações, as mulheres convivem com o agressor e o medo constante de serem mortas.

“Geralmente a violência doméstica contra as mulheres está relacionada à relação íntima de afeto, com quem tem ou teve este relacionamento. Existe ainda, infelizmente, muita subnotificação da violência doméstica. Alguns entraves fazem com que elas não denunciem, como vergonha de expor a intimidade, dependência financeira, emocional e a crença de que o parceiro vai mudar”, pontua a delegada Débora Mafra, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM).

 

Iniciativas de controle e prevenção

A plataforma EVA (Evidências sobre Violências e Alternativas para Mulheres e Meninas), do Instituto Igarapé foi lançada nesta segunda-feira, 25. A iniciativa marcou o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres e têm como objetivo coletar e sistematizar dados dos casos de violência.

Justiça pela Paz

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) iniciou nesta segunda-feira, 25, a terceira e última edição de 2019 da campanha “Justiça pela Paz em Casa”. No período de 25 a 29 de novembro, serão realizadas cerca de 1.200 audiências e várias ações de conscientização voltadas ao combate e à prevenção da violência doméstica.

Campanha vai até o dia 29 de novembro. (Foto: Divulgação)

O objetivo da campanha, que tem o apoio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e acontece em todo o País, é ampliar a efetividade da “Lei Maria da Penha” (Lei n.º 11.340/2006), concentrando esforços para agilizar o andamento de processos relacionados à violência de gênero.

 

(*) Com informações da assessoria