Manaus, 25 de abril de 2024
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Cidades

Instituto vê nepotismo na indicação de Josué Neto para o TCE e denunciará ao MP

Presidente do Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), Hamilton Leão adiantou que vai propor uma representação aos órgãos de controle para barrar a escolha

Instituto vê nepotismo na indicação de Josué Neto para o TCE e denunciará ao MP

Foto: Reprodução

A indicação do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto (Patriota) para assumir a vaga deixada por seu pai, Josué Filho, no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), pode ser questionada no Ministério Público Estadual (MPE) e na própria Corte de Contas, por “ato grave de nepotismo.”

Esse é o entendimento do presidente do Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), Hamilton Leão, que vai propor uma representação nos Órgãos para barrar a escolha de Josué Neto ao cargo de conselheiro. O nome do parlamentar foi aprovado nesta quarta-feira (16), poucas horas após o conselheiro pai antecipar o pedido de aposentadoria no TCE.

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“Vimos aí um ato grave de nepotismo e poderemos seguir nessa linha para propor uma representação. Ao TCE, pelo ato formal, e ao MPE, para providências legais que o caso requer”, explicou Hamilton Leão ao Portal AM1.

Presidente do Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), Hamilton Leão.

Vale mencionar, que a entrada na Corte de Contas é por indicação, sendo uma de livre escolha do governador, duas pela Assembleia, uma entre os auditores e outra do Ministério Público de Contas (MPC-AM), órgão anexo ao TCE-AM.

Favores e Famílias

Em uma análise sobre a antiga prática de políticos em nomear parentes para cargos públicos, principalmente envolvendo nomes ligados às “famílias tradicionais” que há anos se revezam nos Poderes do Amazonas, o presidente do Instituto Amazônico afirmou haver uma espécie de “jogo de favores políticos”, no qual não se mede esforços para conseguir o cargo.

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“Assim, pela força da lei, caminha o serviço público, quando se nomeia ou substitui determinados cargos para dar continuidade ao elo benéfico entre si, desprezando-se a qualidade e mérito de técnicos e servidores de carreira, que dado a sua isenção política poderiam muito bem conduzir as responsabilidades e obrigações que o cargo requer”, comentou.

Leão também declarou ser necessário uma “indignação coletiva” para barrar a sucessão de parentes ocupando cargos públicos no Amazonas.

“Valerá a força e manifestação dos cidadãos, da imprensa e dos órgãos constituídos que não concordam com esse meio de nomeação para demonstrar suas indignações e desconstruir uma trama que se inicia (..) quando poder e imoralidade se mesclam num ambiente sem fim, deixam nódoas e sem sinais alvissareiros que conduzam para uma boa prática política”, completou o presidente do instituto.