Pelo menos 800 mortes são esperadas nos próximos três meses, em Manaus, se nenhuma restrição rígida for adotada para conter o avanço da covid-19 no Amazonas. A projeção foi apresentada pelo governador Wilson Lima em reunião extraordinária com os representantes do comércio e indústria, neste sábado (27).
A informação consta na Ata de Reunião realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), para tratar sobre o funcionamento comercial na pandemia. Leia abaixo.
O número de óbitos é resultado de um cálculo feito pelo governo federal com base na evolução da doença. Até agora, o Amazonas registrou 196.436 casos confirmados de covid-19 com 5.190 mortos.
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Desse total, há 645 pacientes internados, sendo 392 em leitos (107 na rede privada e 285 na rede pública); 245 em UTI (88 na rede privada e 157 na rede pública) e oito em sala vermelha. Nos dois boletins anteriores, que foram divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o número de internados era na média de 598.
Segundo o governador, o nível de ocupação de leitos de UTI na rede estadual de saúde já chega a 85%, o que provocou ocupação de 90% dos leitos exclusivos para o tratamento da doença no estado. “A rede privada não possui mais leitos de UTI disponíveis”, alertou Wilson Lima durante a reunião.
Ele também lembrou que, nos últimos 40 dias, o governo aumentou em 50 os leitos de UTI na rede pública de saúde, mas que já estão ocupados.
O documento cita, ainda, a preocupação do governador em “não conseguir estruturar mais leitos com a urgência necessária, que necessita de recursos humanos para montar esses leitos e que os médicos não têm interesse em vir a Manaus.”
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Reabertura
Mesmo diante do cenário apresentado pelo governador Wilson Lima, os representantes insistiram na reabertura do comércio local, que teve o funcionamento das atividades não essenciais restringido pelo decreto governamental n° 43.234/20, por 15 dias.
Entre eles, o presidente da Abrasel-AM, Fabio Cunha, que classificou a medida como um duro golpe. “A partir do anúncio do decreto, o movimento já sofre redução e a situação ficou fora de controle perante os associados, que pedem sua revogação”, justifica durante a reunião.
O mesmo pedido foi feito pelo presidente da Fecomércio, Aderson Frota. Segundo ele, a atividade comercial não gera contaminação, se forem seguidos os protocolos de segurança. “O momento é de focar nas causas e não punir de forma generalizada uma categoria toda”, diz.
O presidente da FCDL-AM, Ezra Azury, também reforçou a reabertura imediata do comércio com redução de horários e outros métodos. Já o representante da Panamazônia pediu, ainda, o aumento da fiscalização e adoção de medidas mais rígidas, porém, comenta que não esperava a norma governamental.
Em sua fala, o presidente da CDL Manaus, Ralph Assayag, cita que o mês de dezembro é o melhor para os lojistas e alega que apesar da pandemia, o setor abriu novas lojas e vagas de emprego. Ele também pediu a revogação do decreto.
Para o representante do Amazonas Shopping, Rafael Saldanha, a redução no horário de atendimento vai gerar aglomeração, ele pede a elasticidade do funcionamento e o aumento do efetivo do transporte público.
Acordo
Após a reunião, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre os representantes do comércio e serviços com o Governo do Estado do Amazonas e Ministério Público do Estado (MPE) para o estabelecimento de novos critérios de funcionamento do setor, a partir desta segunda-feira (28).
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O governador esclareceu que o novo decreto valerá até o dia 11 de janeiro de 2021, desde que o nível de ocupação de leitos de UTI na rede estadual de saúde esteja abaixo de 85%.
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