Manaus, 4 de maio de 2024
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Amazonino quer extinguir a Seplan e entidades reagem contra a proposta

Amazonino quer extinguir a Seplan e entidades reagem contra a proposta

Empresários e consultores econômicos reuniram-se nesta segunda-feira, 9, para evitar a extinção da Seplan (Assessoria de Imprensa)

Manaus*

A Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan) pode ser extinta e virar uma subsecretaria da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Essa mudança pode ameaçar o futuro do desenvolvimento econômico do Estado e as ações de planejamento do Polo Industrial de Manaus (PIM), além de acarretar prejuízos aos profissionais tanto da economia, quanto da administração e da contabilidade, já que essas três áreas caminham juntas na área do planejamento estratégico.

É o que pensam os membros do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM) e da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), que na tarde desta segunda-feira (9) reuniram-se com várias entidades de classe, do comércio, da indústria e da sociedade civil, para que essa mobilização ganhe força e que sejam levadas ao governador do Estado, Amazonino Mendes, estratégias de desenvolvimento a fim de que a possível extinção da Seplan não aconteça. Na última sexta (6), aconteceu a primeira reunião para discutir esse assunto, na sede do Corecon.

A Seplan tem como missão desenvolver o sistema estadual de planejamento e coordenar as políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico do Amazonas. Hoje, dentre as suas atribuições, tem o papel de elaborar, acompanhar e avaliar o Plano Plurianual, que é o planejamento econômico do Estado por quatro anos; formular e executar estratégia de crescimento econômico, contemplando a inovação tecnológica e a busca do pleno emprego; como ainda apoiar a implantação de empresas geradoras de emprego e renda e realizar estudos e pesquisas de acompanhamento da conjuntura socioeconômica para subsidiar a formulação de políticas públicas.

Para o presidente do Corecon e vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, extinguir essa importante e estratégica Secretaria é retroceder nas ações de planejamento e de desenvolvimento do Estado. “Entregar uma estrutura de planejamento ao órgão arrecadador é temeroso, porque pode se focar apenas na arrecadação, não funcionando nem uma coisa nem outra. Planejar é totalmente diferente de arrecadar. Por isso, queremos traçar nessa reunião um planejamento conjunto para apresentarmos o mais rápido ao governador Amazonino Mendes”, explicou.

O presidente da Federação do Comércio (Fecomercio), Roberto Tadros, sugeriu que, em comissão, as entidades possam externar ao governador que é incompatível unir Seplan com Sefaz. “Sefaz é tributarista. A função é outra”, disparou.

Contrato de risco

De acordo com o presidente da Associação dos Consultores, José Laredo, o novo Governo deve conhecer a fotografia do modelo de desenvolvimento do Amazonas, que está na base do contrato de risco, seja com máquinas, equipamentos e tecnologia, com a promessa do Estado de uso fruto futuro dos incentivos fiscais. “Qual a fotografia realista do nosso modelo? Será que o governador tem essa percepção concreta? O nosso modelo de desenvolvimento está decaindo, com os investimentos fixos em produtos de implantação e de diversificação. Precisamos vender esse modelo, com ações sistemáticas de venda. Isso precisa ser dito”, declarou.

“Temos que destacar o papel da Seplan como captadora de empreendimentos para a região“, disse o representante da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Pedro Mendonça, explicando o referencial da Secretaria quando um novo empreendedor deseja instalar-se no Amazonas.

Antônio Medeiros, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), completou que é muito importante a união de todos os órgãos e entidades na busca de uma solução para esse impasse, principalmente, nesse período de crise econômica. “Estamos à disposição para ajudar na construção dessas estratégias”.

Na primeira reunião feita no Corecon, o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e consultor, economista Rodemarck Castelo Branco, reforçou que a Seplan não deve ser extinta, uma vez que as atividade de planejamento devem buscar analisar a questão da Zona Franca de Manaus (ZFM), que passa hoje por um momento de crise, que é não apenas de conjuntura, mas estrutural. “A convergência tecnológica irá fazer no médio prazo alguns produtos fabricados na ZFM desaparecerem. Diante disso, temos que traçar cenários para os próximos anos e de que forma atingir esses objetivos, com novas alternativas para o PIM, adequadas à nova revolução industrial”.\

Também participaram dessa reunião consultores projetistas, representantes do Conselho Regional de Administração (CRA), Federação do Comércio (Fecomércio), Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Comitê Cidadão e Associação Comercial do Amazonas (ACA).

(*) Com informações da Assessoria de Comunicação