Manaus, 3 de julho de 2025
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Cenário

Após derrotas em 2022, mulheres recuam e decidem começar de baixo nas eleições de 2024

Três mulheres já tentaram iniciar na política, já com cargos altos, mas apesar do apoio, não conseguiram emplacar.

Após derrotas em 2022, mulheres recuam e decidem começar de baixo nas eleições de 2024

(Foto: Redes Sociais)

Manaus (AM)   – A defensora pública e ex-secretária estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Carol Braz (MDB), participou das eleições em 2022. O cargo pretendido era o de governadora do Amazonas. Já nas eleições municipais deste ano, teve o nome cotado para ser vice de David Almeida (Avante), mas não vingou. Carol decidiu, então, ser pré-candidata a vereadora de Manaus.

Assim como a secretária nacional de Mulheres do PT e coordenadora do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, Anne Moura, que no mesmo ano, 2022, participou da coordenação da construção do Plano de Governo do presidente Lula, e foi candidata a vice-governadora do Amazonas, junto do candidato ao Governo, Eduardo Braga (MDB).

Nestas eleições, Anne queria brigar pela cadeira da Prefeitura de Manaus, mas depois de diversas divergências no próprio partido e a indicação de Marcelo Ramos para concorrer ao cargo de prefeito, Anne mudou o rumo dos planos, mesmo que a contragosto. Ela, então, decidiu concorrer a um cargo menor e disputará uma das cadeiras da Câmara Municipal de Manaus (CMM).

Ainda em 2022, a líder indígena do povo Witoto, Vanda Ortega Witoto, militante das causas indígenas que ganhou protagonismo ao ser a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Amazonas, foi candidata a deputada federal no Amazonas pela Rede Sustentabilidade, mas não foi eleita. Neste pleito, também vai disputar uma das 41 vagas da CMM.

Três mulheres com histórias de liderança e luta, que tentaram iniciar na política já com cargos altos, mas que, apesar do apoio de grandes lideranças políticas, não conseguiram emplacar.

Agora, Anne Moura, Carol Braz e Vanda Witoto vão tentar começar como vereadoras de Manaus. Se forem eleitas, ajudarão a ampliar o protagonismo feminino na Câmara dos Vereadores de Manaus.

Cada uma levanta uma bandeira:

Vanda Witoto não é a única mulher indígena a se candidatar para vereadora de Manaus, Anne Moura, embora não levante bandeira pelos povos originários o tempo todo, é descendente do povo Mura, e cresceu na periferia de Manaus.

Em 2022, Vanda se candidatou a deputada federal pela Rede Sustentabilidade e conseguiu 25,5 mil votos, a maioria vinda de Manaus; porém, não foi o suficiente para lhe garantir uma cadeira na Câmara dos Deputados. A campanha, apesar da derrota, ajudou a deixar Witoto ainda mais popular.

Natural da Aldeia Colônia, em Amaturá, no Amazonas, Vanderlecia Ortega dos Santos chegou adolescente a Manaus, para continuar os estudos e foi morar na casa de uma tia.

Anne começou sua militância política ainda muito jovem, e em 2013, aos 26 anos, se tornou a secretária nacional de desenvolvimento econômico mais jovem do partido. É cocriadora do Projeto ‘Elas Por Elas’ e membro do grupo de mulheres do Foro de São Paulo e da Conferência Permanente dos Partidos Políticos da América Latina.

Anne também faz parte da Comissão Executiva da Federação Brasil da Esperança (FeBrasil). Ela luta pela representatividade de mulheres no campo da política, aponta a dificuldade das mulheres para destaque na política, e relata o assédio moral que há no meio.

Carol Braz se diz disponível para uma possível vaga como vice-prefeita do candidato que o atual partido dela indicar, o que pode acontecer nas convenções, quando as alianças e nomes para os cargos majoritários e proporcionais são anunciados.

Defensora pública e ex-juíza, Carol diz defender os mais vulneráveis, criando projetos que despertam para temas como o amparo aos órfãos do feminicídio.

Nas eleições de 2022, Carol foi candidata ao Governo do Estado do Amazonas pelo PDT, mas não foi eleita. Embora não tenha sido eleita, conquistou 87.114 votos, tornou-se destaque no cenário político e apoiou, no segundo turno do pleito de 2022, o senador Eduardo Braga do MDB, o que a levou a integrar o partido posteriormente e assumir a presidência estadual do MDB Mulher.

 

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