Manaus, 5 de maio de 2024
×
Manaus, 5 de maio de 2024

Cenário

Anne Moura diz que ‘é inegável o avanço das mulheres no PT’ para disputar pleitos eleitorais

Em carta aberta, a única mulher pré-candidata do PT, Anne Moura, critica os membros do partido e pontua irresponsabilidades diante da sociedade.

Anne Moura diz que ‘é inegável o avanço das mulheres no PT’ para disputar pleitos eleitorais

(Foto: Divulgação/assessoria)

Manaus (AM) – Em carta aberta destinada aos militantes do Partido Trabalhista (PT), a pré-candidata à Prefeitura de Manaus, Anne Moura (PT), destacou a sua análise acerca do progresso das candidaturas femininas da sigla, violência de gênero dentro do cenário político e a falta de gestão do partido para as eleições de 2024.

A pré-candidata escreveu uma carta de quatro páginas, nessa terça-feira, 23, pontuando sobre o possível desinteresse do PT em legitimar o seu trabalho e apoiar a sua candidatura para o cargo majoritário nas eleições municipais.

“Neste tempo em que me apresentei como possibilidade para ser o nome do PT para Manaus, fui atacada diversas vezes neste grupo, com figurinhas, palavras pejorativas e até questionamentos da minha vida particular. Toda matéria que eu saía era motivo de chacota, deboche e muitos e muitas ficaram em silêncio aqui. Todos e todas calados (as) perante a misoginia explicita em grupos do PT, um partido de esquerda progressista e feminista. Calar-se diante da Violência de Gênero é também praticar Violência de Gênero”, pontua.

Ainda em suas menções sobre os desafios que vem enfrentando dentro do partido político, a única pré-candidata mulher no PT, pontua que há um ano deixou o seu nome a disposição para concorrer à eleição de 2024.

“Há mais de um ano estou com o nome à disposição do PT para a Prefeitura de Manaus. Saí em seis pesquisas, sendo a última no início de janeiro, com 3% das intenções. Nada disto, ao que parece, serviu de elemento suficiente para sequer ser levado como prioridade. Nosso nome sempre foi condicionado ao posicionamento final de outras pré-candidaturas, todas de homens. O fato é que os demais pré-candidatos (inscritos formalmente) não queriam, na verdade, ser candidatos para valer. Neste sentido, a irresponsabilidade de alguns inviabilizou o poder de construção do PT de dentro para fora, porque as candidaturas não eram reais, como vemos hoje”, esclarece.

Conforme as declarações, Anne Moura acusa o PT de ter escondido um resultado de pesquisa realizado pela direção Nacional do PT.

“Em acordo com a Direção Nacional no início do ano, dada as inscrições de pré-candidaturas, foi deliberado que quem melhor se posicionasse na pesquisa feita pela nacional seria o nome a ser apresentado oficialmente pelo PT/Municipal. Aqui vemos o início de um processo escancarado de invisibilização do nosso direito em ser colocada à disposição da militância e da sociedade. O resultado da pesquisa foi escondido e sumariamente negado a apresentação na direção municipal. Só quem teve acesso à pesquisa foi o presidente da Municipal. Embora eu tenha feito reunião junto à várias tendências, para que tivéssemos acesso à pesquisa, assim como o restante do diretório e da militância, este direito nos foi negado sumariamente. Aos que me acusam de aproveitamento de pauta, lhes informo que a Direção municipal não apresentou a pesquisa publicamente para não cumprir o acordo feito com a Nacional e perante o Diretório porque meu nome foi o melhor posicionado perante os demais pré-candidatos inscritos”, explica.

Críticas

Ainda no documento, Anne Moura agradece o concorrente dentro do PT, o recém-filiado e ex-deputado federal, Marcelo Ramos, mas critica ausência da manifestação em seu favor sobre a disposição dela para ser prefeita de Manaus.

“Por isso tudo que a chegada de Marcelo Ramos é tão bem-vinda, pois ele faz política de gente grande, com respeito e responsabilidade. A vinda de Marcelo para o PT é um ganho qualitativo enorme. Que bom que ele topou vir e encarar este desafio, mas eu lamento muito que eu estando aqui a vida inteira neste partido passando muitas dificuldades e ter apoiado tantos companheiros aqui, não pude receber a mesma generosidade, acolhimento e reconhecimento, em especial daqueles que lutei incansavelmente por suas candidaturas majoritárias. O acolhimento e reconhecimento não se manifestou nem antes da chegada de Marcelo ao PT, mesmo eu pontuando nas pesquisas, mesmo caminhando com muitos”, lastimou.

Além disso, outro ponto elencado pela militante do PT é que o partido, em 30 anos, não teve competência política.

“Eu lamento que nós não tenhamos tido maturidade e competência política nestes mais de 30 anos em Manaus e no Amazonas, tendo as mesmas direções locais no PT para construir um projeto político coletivo local. Sempre estamos à deriva, sem direção, sem rumos, sem respostas à sociedade! Mas ainda bem que temos uma Direção Nacional para nos olhar com cuidado responsabilidade, caso contrário talvez nem teríamos novamente candidatura própria à Prefeitura de Manaus em pleno Governo Lula na Presidência”, finaliza.

 

(*) Com informações da assessoria

 

LEIA MAIS: