Manaus (AM) – Devido à seca mais severa já registrada no Amazonas em 121 anos, 60 municípios declararam emergência ambiental. Apuí e Presidente Figueiredo, os únicos que não emitiram tal decreto, estão em alerta. Embora as duas cidades não estejam sendo tão afetadas pela seca, podem sofrer com o sobrepreço nos produtos.
Conforme a Defesa Civil, o maior problema enfrentado pela população é a dificuldade de navegabilidade nos rios, por onde passam os transportes de pessoas e mercadorias. Apuí e Figueiredo não são afetados nessa questão por serem ligados a outros municípios por rodovia.
No entanto, o tenente Charlis Barroso, chefe do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Amazonas, adverte que as duas cidades podem sofrer, de forma indireta, com o aumento nos preços das mercadorias.
“Por exemplo, o aumento do valor dos produtos para Apuí, por mais que venha por estrada, a procura deve estar bem maior que em outros períodos do ano, provocando um sobrepreço. Assim, a falta de insumos na capital pode resultar em problema para Presidente Figueiredo”, ressaltou o tenente.
As cidades são conectadas pela rodovia AM-174, garantindo que a vida da população dessas localidades não sofra as consequências do isolamento. Por outro lado, os outros 60 municípios, além de lidarem com o aumento nos preços, enfrentam o isolamento e a escassez de água potável, uma vez que os rios são os principais meios de locomoção da população.
“Uma vez que o rio é o modal pelo qual a maioria dos municípios estão ligados ente si e com a capital, além disso, tem o isolamento de população que estão residindo em lagos e afluentes da calha principal”, lembra Charlis Barroso.
Afetados
O governador Wilson Lima (UB) decretou situação de emergência no Amazonas em 28 de agosto. Inicialmente, o decreto abrangia 55 municípios, no entanto, até esta quinta-feira, o número aumentou para 60, englobando praticamente todo o estado, com exceção de dois municípios.
Os impactos da seca já atingiram cerca de 152 mil famílias, totalizando aproximadamente 608 mil pessoas afetadas, conforme os dados apresentados pela Defesa Civil estadual. A situação destaca a urgência de medidas para lidar com as consequências devastadoras da crise hídrica, evidenciando a magnitude do desafio enfrentado pela população amazonense.
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