MANAUS – O ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), surpreendeu parte dos eleitores amazonenses ao anunciar, nessa segunda-feira (17), seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar da aproximação, nos últimos dois anos, Arthur e o presidente trocaram uma série de insultos e acusações.
Após aparecer ao lado de Bolsonaro em Brasília, o ex-prefeito escreveu nas redes sociais que “o programa de Governo dele [Bolsonaro] se adapta mais ao Brasil e ao Amazonas que o de Lula”. Além disso, o tucano reassaltou que conversou com o presidente Bolsonaro sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM) e a exploração da floresta.
No entanto, os mesmos temas já foram motivo de divergência entre os políticos. Em dezembro do ano passado, Arthur escreveu uma carta e direcionou ao presidente Jair Bolsonaro, após o governo federal autorizar o garimpo em áreas da Amazônia, incluindo terras indígenas.
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Posteriormente, a medida foi suspensa pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, mas não impediu que o tucano reagisse à medida do governo Bolsonaro.
“Pare de errar tanto e fazer tanto mal ao seu povo. Defenda seu nome, sua reputação, sua respeitabilidade. Pense em deixar um legado para os brasileiros. Pense que sua opção é ser respeitado pela história ou se marcar como, talvez, o mais negativo presidente deste país. Aprenda a respeitar quem o critica com base e ciência. Vire as costas para os bajuladores e aproveitadores. Vire sua face de frente para os brasileiros”, escreveu Arthur Neto na ocasião.
Baixo nível
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Os políticos divergiram, principalmente, porque Arthur era a favor do isolamento social, conhecido como lockdown, enquanto Bolsonaro defendia um isolamento vertical, sem o fechamento total do comércio.
Acusações
No mesmo episódio, o tucano ainda afirmou que a reunião ministerial era um “conversa de malandros de esquina” e desatou em acusações ao presidente, sobre investigações que envolvem a família do chefe do Executivo, além da sua responsabilidade na pandemia.
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“O presidente da República, em seu criminoso boicote ao isolamento social, em seu desprezo aos indígenas, em seu apreço a garimpeiros que poluem rios, sonegam impostos e invadem áreas indígenas, é claramente cúmplice de tantas mortes causadas pelo Covid 19. Trata-se de um ser despreparado, inculto e deseducado”, acusou Arthur Neto.
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