BRASIL – A duas semanas de deixar o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso desce novamente à frente de batalha para defender as urnas eletrônicas dos ataques de Bolsonaro. Segundo o ministro, o presidente “tinha dado a palavra de que esse assunto estava encerrado”. Mas rodou um “filme repetido” ao declarar em sua live da última quinta-feira (10) que o TSE “ficou em silêncio” ao receber “dezenas de vulnerabilidades” identificadas pelo Exército no sistema eletrônico de votação. Barroso soou corrosivo: “Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta”.
Em entrevista ao Globo, Barroso recordou que Bolsonaro “chegou a elogiar o sistema de votação eletrônico brasileiro.” Mas repete o filme “com um mau roteiro”. O ministro não enxerga “nenhuma razão para assistir à reprise.” Avalia que a versão original já descredenciou o roteirista: “Antes, o presidente dizia que tinha provas de fraude. Intimado a apresentá-las, não havia coisa alguma. Essa é uma retórica repetida. É apenas um discurso vazio.”
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Eis o que disse Bolsonaro na sua transmissão ao vivo pelas redes sociais: “Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio.
Agora, a resposta de Barroso: “Há um representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições. Em dezembro, ele apresentou uma série de perguntas para entender como funciona o sistema. Elas entraram às vésperas do recesso. Em janeiro, boa parte da área técnica do TSE faz uma pausa, e agora as informações solicitadas estão sendo prestadas e vão ser entregues na semana que vem. Só tem perguntas. Não há nenhum comentário. Não falam de vulnerabilidade…”.
“… Quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que ele pretende adotar. Para falar a verdade, ele queimou a largada. Ele lança mão dos questionamentos feitos pelo representante das Forças Armadas, quando, na verdade, tudo o que foi feito foram algumas perguntas e, antes de ter recebido as respostas, já disse que tem vulnerabilidades. Ele antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades. Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta.”
(*) Com informações do Poder 360
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