Foto: Reprodução
ALEMANHA – O ex-papa Bento XVI afirmou nesta segunda-feira (24) que estava presente em uma reunião sobre casos de abuso sexual de crianças quando era arcebispo de Munique, em 1980. Ele disse que, equivocadamente, contou a investigadores alemães que não havia comparecido.
Um relatório que foi publicado na semana passada sobre abusos na arquidiose entre 1945 e 2019 diz que o papa Bento XVI, então cardel Joseph Ratzinger, não agiu contra clérigos em quatro casos de acusações de abuso, quando era arcebispo entre 1977 e 1982.
A reunião discutou a situação do padre Hullermann, que, entre 1973 e 1996, teria abusado de pelo menos 23 meninos com idades entre 8 e 16 anos enquanto ocupava diferentes posições na igreja.
Em entrevista coletiva quinta-feira (20) em Munique, advogados que investigaram o crime questionaram afirmação de Bento e o acusaram de encobrir casos de abusos sexuais contra crianças.
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Eles disseram que a afirmação contradiz documentos que têm em mãos. “Ele sabia dos fatos”, afirmou o advogado Martin Pusch, que fez parte da apuração.
Em nota hoje, o secretário pessoal do ex-papa, o arcebispo George Ganswein, afirmou que Bento compareceu à reunião, mas que a omissão foi “resultado de descuido na edição do comunicado” e não foi feita “de má fé”.
O secretário afirmou ainda que Bento pretende explicar como o erro aconteceu após examinar o relatório, de quase 2 mil páginas, enviado eletronicamente na última quinta-feira.
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