O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de tentativa de golpe de Estado, reconheceu publicamente que o evento de 1964 no Brasil foi um golpe. A declaração foi feita ao UOL nesta quinta-feira (28).
“O golpe de Estado não é o que o ‘presidente’ quer. Ele tem que se articular com as Forças Armadas, com políticos, classe empresarial, como fizeram em 1964. Ter recurso, tropa nas ruas”, afirmou Bolsonaro em entrevista à coluna do veículo.
Essa foi a primeira vez que Bolsonaro utilizou o termo “golpe” para descrever a derrubada do então presidente João Goulart, que deu início ao regime militar no Brasil (1964-1985). Anteriormente, ele referia-se ao episódio como “revolução” ou um “ato institucional” do Congresso.
A declaração ocorre em meio a investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro e outros 36 indivíduos foram indiciados pela PF no dia 21 de novembro por suspeitas de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe e organização criminosa.
Entre os investigados estão ex-ministros de seu governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa); o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); e o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara.
LEIA MAIS:
- Bolsonaro se diz ‘perseguido’ e não descarta exílio em embaixada
- Bolsonaro sabia de carta para pressionar comandante do Exército
- Em 2026, AM vai ter um senador indicado por Bolsonaro, diz Alberto Neto
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.