Manaus, 25 de abril de 2024
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Manaus, 25 de abril de 2024

Brasil

Ibama desmente notícia sobre falta de assistência a funcionários com covid-19

Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (ASCEMA) divulgou uma carta aberta desmentindo os boatos sobre um agente do Ibama estar realizando atividades com sintomas da doença

Ibama desmente notícia sobre falta de assistência a funcionários com covid-19

Foto: Felipe Mendes

Depois de toda a repercussão negativa gerada pelas notícias de que teria negado auxílio a um fiscal com sintomas de covid-19 que atuava em operação de fiscalização no interior do Amazonas, o Ibama se pronunciou com uma nota em que chama essas informações de “fake news”. O texto, divulgado na última sexta-feira (26) explica que o órgão não cedeu o helicóptero para o transporte do servidor, que depois testou positivo para o novo coronavírus, por razões de segurança da tripulação da aeronave e obediência aos critérios para o uso da mesma.

O fiscal ficou em quarentena dentro de um hotel, sem apoio médico, no município de Apuí, onde ocorria a operação, realizada em conjunto com as Forças Armadas no âmbito da Lei de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A nota, assinada pela Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, explica que o órgão disponibiliza acampamento com alojamento, alimentação, segurança, enfermeiro, médico de sobreaviso e ambulância, e que a hospedagem do servidor em hotel, ocorreu “por exclusiva responsabilidade do agente”.

De acordo com a secretária-executiva da Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (ASCEMA), Elizabeth Uema, a nota é uma resposta tardia à sociedade. A secretária, que entrou em contato diretamente com o fiscal, confirmou que o servidor teria saído por iniciativa própria do acampamento para se isolar diante da suspeita do quadro de Covid-19.

“Ele entrou em contato com a Central do Ibama que coordena as operações dizendo que sabia que havia um helicóptero de apoio que iria para Porto Velho e pedindo autorização para se desligar da operação e ir para Porto Velho, onde teria maiores alternativas de apoio hospitalar, caso houvesse necessidade. Parece que ele recebeu a visita da médica do Exército no hotel, mas nem o pessoal sabia exatamente o que fazer. O fiscal mesmo é que foi num médico da cidade e fez o teste, que deu positivo. Aí no dia seguinte [26], as equipes estavam saindo de Apuí nas viaturas e o helicóptero já tinha ido embora, mas o fiscal permanecia lá”, conta Elizabeth, que explica que o fiscal foi dirigindo sozinho numa viatura até Porto Velho – um trajeto de cerca de 600 quilômetros de estrada.

A ASCEMA publicou uma carta aberta nesta terça-feira (30) em que denuncia uma vez mais o descaso com os servidores dos órgãos ambientais expostos no campo na Operação Verde Brasil 2, pela ausência de protocolos rígidos contra a transmissão do novo coronavírus e medidas como: testagem, equipamentos individuais de segurança e que “o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e o ICMBio exija, de todas as instituições parceiras, o cumprimento dos mesmos protocolos de segurança, quando de atividades conjuntas”.

“São várias operações em vários lugares, em algumas parece que os protocolos estão sendo seguidos à risca por todos os componentes e todas as entidades que estão participando da operação; em outras não, e é isso que preocupa. Porque não adianta a gente exigir do Ibama cumprir todos os protocolos, se outros órgãos que estão juntos não fazem. Uma atitude de uma instituição anula a da outra. Além de colocar as populações e os próprios parceiros em risco”, alerta Elizabeth.

 

(*) Informações O Eco