Manaus, 8 de maio de 2024
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Manaus, 8 de maio de 2024

Política

Candidato ao Senado pelo PSDB é preso no Paraná

Candidato ao Senado pelo PSDB é preso no Paraná

(Foto: Reprodução/Internet)

O ex-governador do Paraná Beto Richa, atual candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( Gaeco) do Ministério Público do estado na manhã desta terça-feira (11). Richa é suspeito de fraude em licitação em obras de estradas rurais no estado.

(Foto: Reprodução/Internet)

Também foram presos a mulher dele, Fernanda Richa, e o ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo. Ao todo, 15 pessoas são alvo de mandados de prisão temporária.

O tucano é suspeito de ter participado de fraudes no programa Patrulhas do Campo, de recuperação e abertura de estradas rurais no interior do estado. “É aquele padrão: licitação dirigida, pagamento de propina e eventual lavagem de dinheiro”, afirmou à Folha o procurador de Justiça Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, braço do Ministério Público do Paraná.

O Patrulhas do Campo cedia máquinas como escavadeiras, tratores e motoniveladoras a municípios do interior, para a abertura e manutenção de estradas rurais. Pelo menos 2.000 km de estradas foram recuperados ou abertos por meio do programa desde a primeira gestão de Richa, que governou o Paraná entre 2011 e 2018.

OPERAÇÃO PILOTO

A gestão de Richa também é alvo nesta terça de uma nova fase da Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, batizada de Operação Piloto -em referência ao suposto apelido do ex-governador na planilha de propinas da empreiteira Odebrecht.

A investigação mira pagamentos indevidos de pelo menos R$ 3,5 milhões, em espécie, relativos às obras da rodovia estadual PR-323, no noroeste do Paraná, entre Francisco Alves e Maringá. Segundo a Procuradoria, o valor foi pago em 2014 pela Odebrecht em troca do direcionamento da licitação.

São cumpridos dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, além de diversos mandados de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Curitiba e nas cidades paranaenses de Lupianópolis e Colombo.

Um dos líderes do esquema de arrecadação seria Deonilson Roldo -que também estaria coordenando de forma oculta a atual campanha do tucano ao Senado, segundo o Ministério Público Federal.

Roldo é apontado como “o principal operador do esquema de arrecadação de recursos ilícitos de empresas fornecedoras do governo do estado”, escreveu o juiz Sergio Moro, em despacho. O empresário Jorge Theodócio Atherino, por sua vez, que também foi alvo de mandado da PF, é indicado como operador financeiro do ex-governador.

Provas obtidas pela Procuradoria indicam que Roldo se comprometeu a ajudar a Odebrecht no contrato da PR-323, em troca de auxílio na campanha de reeleição de Richa, em 2014. Com o acerto, o ex-chefe de gabinete atuou para afastar as demais empresas interessadas em participar do processo licitatório.

Segundo Moro, ainda há indícios de envolvimento do grupo em outros crimes de corrupção e lavagem: a movimentação financeira das empresas de Atherino chega a R$ 560 milhões, sendo R$ 15 milhões recebidos em espécie.

Entre os destinatários das transações feitas por Atherino, estão Ezequias Moreira Rodrigues, nomeado secretário de Estado por Richa e alvo de outras investigações por suspeita de contratar funcionários fantasmas, além de empresas relacionadas a familiares do ex-governador.

“Não se trata de um crime trivial”, escreveu Moro, que qualificou as operações como complexas.
Segundo o Ministério Público, elas envolveram inclusive contas no exterior. Também está sob investigação a possibilidade de que empresas em nome de familiares de Richa tenham sido utilizadas para lavagem de dinheiro.

Além de Roldo e Atherino, também foi alvo da operação da PF Tiago Correia Adriano Rocha, apontado como braço-direto de Atherino e responsável por diversas transações financeiras dos empreendimentos do executivo. As condutas, segundo a PF, podem configurar os crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

A entrou entrou em contato com a assessoria de Richa, mas não havia manifestação sobre as acusações até o início desta manhã.

 

 

*Com informações da Folhapress