Candidatos denunciam inconsistências no concurso da CMM

Câmara Municipal de Manaus - Foto: Divulgação/CMM

Manaus (AM) – Candidatos que participaram do concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM) no último domingo (17) continuam manifestando indignação devido a inconsistências relatadas na aplicação das provas. Entre as principais reclamações, está a falta de comunicação sobre o uso de uma prova matriz para a correção dos gabaritos, o que gerou confusão e atrasos na conferência das respostas.

A jornalista Edilânea Souza, uma das candidatas, destacou o transtorno enfrentado, alegando que só conseguiu conferir a prova duas horas após a aplicação.

“E o que aconteceu é que eles não comunicaram que haveria uma prova matriz para ser corrigido o gabarito. Então deu muita confusão. Muita gente passou mais de duas horas corrigindo essa prova; inclusive eu”, afirmou.

O Instituto Acesso, responsável pelo concurso, esclareceu que os gabaritos preliminares divulgados referem-se às provas matrizes de cada cargo. A banca explicou que utiliza um sistema que alterna a posição das questões em cada caderno, individualizando as provas.

“A prova de um candidato ‘A’ não tem a mesma sequência ou posição das questões do candidato ‘B’”, informou em nota no site.

Além disso, a banca destacou que o prazo para interposição de recursos contra as questões já está aberto e segue o cronograma divulgado nos editais do certame. O resultado dos recursos, assim como o da prova objetiva, será divulgado no próximo dia 29 de novembro.

Concurso da CMM teve provas diferentes não comunicadas – Foto: Reprodução/Edilânea Souza

Resposta da presidência da CMM

Diante das reclamações, o presidente da CMM, vereador Caio André (União Brasil), se pronunciou dizendo que acompanha as ações e está convicto de que nada ilegal ou parcial está sendo tomado pelo processo.

Segundo o parlamentar, a banca organizadora informou que tem cumprido os prazos e respeitado o edital. Ele ainda garantiu que irregularidades, caso comprovadas, serão investigadas.

“Tenha certeza de que, se comprovada qualquer irregularidade ou ilegalidade, eu serei o primeiro a pedir esclarecimentos e lutar por respostas e reparações”, completou.

Impactos para os candidatos

Apesar da explicação do Instituto Acesso, candidatos como Edilânea Souza apontam que a ausência de comunicação prévia sobre o uso da prova matriz causou transtornos desnecessários. Conforme a jornalista, no caderno impresso não havia nenhum tipo de identificação, como tipo um, tipo dois ou tipo três, conforme é feito no Enem, por exemplo.

“Eu me estressei tanto com essa situação que até minha pressão ficou alta. Eu fiquei com muita dor de cabeça porque, geralmente, quando você faz um concurso, em dez minutos você confere o gabarito. Mas, com essa ideia de prova matriz prevalecer, as provas estavam diferentes, com questões fora de ordem e respostas alteradas”, criticou.

Próximos passos

Os candidatos que se sentiram prejudicados devem acompanhar os prazos divulgados pelo Instituto Acesso para interposição de recursos e posterior publicação dos resultados. O Ministério Público foi acionado por alguns candidatos, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias.