Manaus, 15 de maio de 2024
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Manaus, 15 de maio de 2024

Cultura

Cantora e compositora amazonense participa de prêmio nacional

Indicada por Videoclipe, Autora e Produção Musical, cantora amazonense participa de lives nesta semana

Cantora e compositora amazonense participa de prêmio nacional

Manaus- Com uma carreira promissora que já dura 20 anos e muita criatividade, imprimida em suas composições e projetos, a cantora amazonense Elisa Maia está no seleto grupo de artistas que participam do Prêmio Profissionais da Música (PPM), considerado um dos maiores do país.

Ela foi indicada nas categorias videoclipe, autor e produção musical com as músicas “Luas pra Tantas Faces” e “Sol de Setembro”, lançadas com faixa e videoclipe. Elisa relembra o processo de produção das canções autorais em um bate papo com o Portal Amazonas1. 

Segundo ela, as canções começaram a ser feitas em 2019, trabalhando na produção, distribuição musical e audiovisual das faixas já dentro do contexto da pandemia, em 2020. Elisa conta orgulhosa que “Luas pra Tantas Faces” marcou sua estreia como produtora musical, em parceria com o amazonense Bruno Prestes.

“Participei de todo o processo, fiz todas as escolhas e referências: o resultado ficou maravilhoso. Gostei da ideia porque, muitas vezes, as cantoras não são vistas como autoras de suas próprias músicas. É uma oportunidade de dar visibilidade as mulheres para que tenham autonomia em seus projetos, mesmo com parcerias”, disse.

A artista revela que os videoclipes foram produzidos de formas diferentes em sua própria casa, em Manaus.

“Na primeira não parece já que tinha por trás a equipe técnica, que não permitiu que o dialogo do clipe mostrasse isso. Na segunda, estava mergulhada na quarentena, e fizemos a produção de forma remota. É engraçado, porque acha que seria rápido, mas levei quase 15 dias para finalizar a gravação”, detalha.

Quando questionada sobre as letras de suas canções, a artista – referência regional de trabalhos pautados em responsabilidade social – diz que estranhamente elas conversam com os tempos atuais e as considera “honestas” com o momento.

“Elas tratam de questões angustiantes, de nossas fraquezas e conflitos como humanos, reconhecem a nossa vulnerabilidade em situações difíceis. Mas também trazem uma mensagem de acolhimento e abraço”, define.

PPM

Nesta edição, o evento assume formato online e oferece ao público contato com os indicados através de lives. Elisa participou do evento na quarta (24) e quinta-feira (25).

Durante as lives, os finalistas conversam entre si e com o público sobre temas como propriedade artística, rentabilidade e sustentabilidade no mercado e também sobre as possíveis expansões no cenário atual. A mediação é feita por Gustavo Vasconcellos, idealizador do Prêmio Profissionais da Música.

Também nesta edição, o prêmio faz uma separação estratégica em algumas categorias para artistas e produtores de regiões como Norte e Nordeste.

“Infelizmente, somos invisíveis para o restante do país, assim como nossa arte e cultura. Mas esse é mais um espaço para lançarmos as músicas e fazer com não sejam descartáveis. E sim, ouvidas e vistas por todos. A premiação alarga essa comunicação e nos conecta com outros cenários, fazendo essa troca de mercados”, disse.

A primeira etapa da premiação é a votação  interna entre os profissionais dos projetos inscritos. Em seguida, a votação de curadores. A previsão é que o resultado dos ganhadores saia até final do ano.

Carreira

Com 40 anos de idade e formada em arquitetura e urbanismo, Elisa Maia está na estrada como cantora profissional há 20 anos. Ela conta que começou aos 8 anos cantando na igreja, fez aula e vem de uma família que respirava música. Por quase uma década foi back vocal da banda de reggae Johnny Jack Mesclado.

“Mesmo na banda, eu tinha meu projeto em paralelo, mas somente em 2013 lancei meu primeiro trabalho solo, o EP chamado “Ser da cidade”. Hoje divido meu tempo com a produção musical e com outro projeto chamado Coletivo Difusão, que tem a missão de produzir e difundir manifestações artístico-culturais”.

A artista também conta que a experiência fez com desenvolvesse habilidades no mercado para continuar vivendo de música. “Investir em equipamentos que estão na minha casa, também faço as canções, a produção e a direção artística, que já me permite assinar trabalhos com outros artistas locais. Nesses anos de carreira, o mercado mudou e agora tudo está mais organizado e acessível com plataformas de streaming”, disse.

Mesmo com esse novo cenário musical, Elisa diz que é preciso usar todas as ferramentas disponíveis para divulgar o trabalho.

“Hoje não depende mais de gravadoras batendo na porta do artista, mas não basta só investir em boa produção e esperar que o videoclipe tenha impacto no público. Tem que usar as redes sociais para isso. Eu vejo como horas de trabalho os momentos em que eu tenho que fazer post e interagir com os seguidores. Assim eu torno o meu conteúdo conhecido por mais pessoas”, orienta.