Manaus, 1 de maio de 2024
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Cenário

Carlos Almeida diz que resistência interna no PT em torno de sua filiação é ‘bobagem’

Ex-vice-governador do AM garante que está filiado ao PT e se juntou à sigla para somar. Os incomodados com sua presença, segundo ele, são aqueles que não têm capacidade de dialogar com o coletivo.

Carlos Almeida diz que resistência interna no PT em torno de sua filiação é ‘bobagem’

Carlos Almeida deixou o Governo no final de 2022, com o término do primeiro mandato de Wilson Lima e segue carreira na Defensoria Pública (Foto: Arquivo/SES)

Manaus (AM) – O defensor público e ex-vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PT), disse à reportagem do Portal AM1, nessa sexta-feira (1º), que a resistência interna da sigla à sua permanência nas fileiras do partido parece ser “uma bobagem”, uma vez que ele está no PT para somar.

Desde junho, começou a ser divulgado que Carlos tentava viabilizar sua filiação à sigla de esquerda, mas estava encontrando resistência, especificamente da direção estadual, comandada pelo deputado estadual Sinésio Campos.

No entanto, o defensor tem o apoio do presidente do PT Manaus, Valdemir Santana, que já defendeu publicamente a sua chegada ao Partido dos Trabalhadores.

Sobre a sua filiação ao partido, Carlos disse que “está no PT” e que a manifestação do diretório estadual é “errada e fraudulenta”, além de ser apenas mais um dos percalços (obstáculo/dificuldade) criados pelo presidente estadual.

Almeida pontuou que, em relação ao pedido de negativa do seu nome dentro da agremiação, há um recurso junto à Executiva Nacional. “A despeito do que a Estadual queira, me encontro nos quadros do partido”, informou.

No último dia 22, a filiação do defensor público teria sido negada por 8 a 2, após uma reunião interna do PT em Manaus, uma vez que pessoas ligadas à sigla que são contra a sua permanência afirmam que ele foi para o PT apenas por conveniência e o acusam de ser ‘bolsonarista’.

Ainda sobre os problemas com outros membros da legenda, Carlos afirmou que ‘prego que se destaca toma martelada’.

“Então é bem lógico, que se tenho destaque por minha atuação haverá resistência em qualquer local em que haja disputa para ocupação de espaços. Contudo, dentro do PT, isso me parece uma bobagem, pois estou para somar. Aqueles que têm se incomodado, são justamente os que não têm tido capacidade de dialogar com o coletivo uma proposta de construção correta para nosso Estado, longe de seus interesses pessoais, o que é o caso explícito do presidente estadual”, enfatizou o ex-vice-governador.

O defensor público, quando eleito na chapa do governador Wilson Lima (União Brasil), em 2018, era filiado ao PRTB. Já em abril de 2020 estava filiado ao PTB, inclusive, era presidente estadual da sigla. O último partido de Carlos antes de entrar para as fileiras do PT foi o PSDB.

Capital político

Para especialistas, sociólogos e cientistas políticos ouvidos pelo Portal AM1 em relação a uma possível candidatura de Carlos à Prefeitura de Manaus, o político sofreu um desgaste e perda de capital político nos últimos anos, devido a acontecimentos de quando ele estava no cargo de vice-governador e, nesse sentido, teria mais dificuldades em viabilizar seu nome para uma possível disputa majoritária.

Sobre esse assunto, o defensor disse à equipe que, da parte dele, “jamais houve qualquer afirmação de interesse em disputar o processo eleitoral de 2024”.

“O chamamento à arena política não depende muito de minha vontade, mas sim da demanda da própria vontade popular. Como o foi em 2018 e a qual estou à disposição. Mas não vejo isso no momento”, explicou.

Carlos disse, ainda, que política não é somente a eleitoral e que, no atual cenário regional, as discussões estão concentradas em interesses de grupos econômicos e, para ele, isso prejudica a discussão política real e a construção de soluções para o estado. “Minhas articulações são nesse sentido e não para uma candidatura a “isso” ou “àquilo”, como um fim em si mesmo”, justificou.

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